Venezuela abre portas à Guiné-Bissau

Se tudo correr como previsto, a Guiné-Bissau pode enviar estudantes para a Venezuela, ainda neste ano, para a formação no domínio da Medicina.

A informação foi avançada pelo ministro do Ensino Superior e Investigação Científica, durante uma entrevista ao Nô Pintcha, no quadro da visita que efetuou recentemente a Caracas.

Segundo Timóteo Saba M’bundé, o país conseguiu inserir-se num seleto grupo de nações que beneficiam de bolsas de estudo para esse país sul-americano.

Aquele governante esteve em Caracas para participar na Conferência Internacional contra o Fascismo, que assinala o vigésimo aniversário do golpe perpetrado contra o líder revolucionário bolivariana, Hugo Chávez. O motim aconteceu entre os dias 11 e 12 de abril de 2002, só que no dia seguinte (13) o povo e uma ala das forças armadas proporcionaram a reviravolta da situação, recolocando Chávez no poder.

No entanto, o ministro disse que a sua deslocação permitiu-lhe conversar com diferentes membros do governo venezuelano e, em decorrência desse diálogo, “abriram-se várias portas à Guiné-Bissau”.

A seu ver, a Venezuela pode ser uma parceira muito estratégica para o país, sendo um dos Estados integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). “É um país com o qual a Guiné-Bissau compartilha convicções ideológicas, políticas e históricas. É um país do Sul, extremamente importante e estratégico”, referiu.

Aliás, indicou que, nos encontros que manteve com o ministro das Relações Exteriores e o vice-ministro venezuelano para África, estes abriram-se e mostraram a disponibilidade de o seu governo estreitar relações de cooperação e de amizade com a Guiné-Bissau.

Adiantou que o titular da pasta da Ciência e Tecnologia, igualmente, prontificou-se a avançar com a cooperação no domínio agrícola. “Portanto, é possível fazermos várias ações”. Disse que teve a oportunidade para conversar e trocar impressões com os responsáveis do Ensino Superior, entre os quais o vice-ministro, e que abriram a possibilidade de haver mecanismos a curto prazo para que as partes possam concretizar parcerias, sobretudo no domínio da formação.

Em linhas gerais, considerou a sua visita de positiva, acreditando que, enquanto povos do Hemisfério Sul, a Guiné-Bissau e a Venezuela podem de mãos dadas, realizar ações com vista ao desenvolvimento dos dois Estados.

Recordou que em 2009, Bissau e Caracas assinaram um acordo o qual permitiu que Venezuela recebesse estudantes guineenses, que formaram em Medicina e que hoje estão a dar as suas contribuições em diferentes hospitais do país.

O ministro acredita também que se pode desenvolver a diplomacia de ciência, basta haver condições materiais e financeiras para que se possa contribuir para “uma projeção produtiva e digna da Guiné-Bissau” no sistema internacional.

Entretanto, Timoteo M’bundé qualificou o antigo presidente da República Bolivariana de Venezuela, Hugo Chávez, de um líder que carrega “os valores, as convicções, a filosofia e um pensamento pro-africano”. Disse que foi com ele que a Venezuela abriu a sua cooperação com a África, particularmente com a Guiné-Bissau, a partir de 2006. “Portanto, é uma figura que representa a revolução venezuelana”.

Por outro lado, o ministro Timoteo M’bundé deu conta que os dirigentes venezuelanos aproveitaram a sua presença no país para manifestar solidariedade para com as autoridades guineenses, em decorrência da tentativa do golpe de Estado do passado dia 1 de fevereiro, perpetrada na Guiné-Bissau.

Ibraima Sori Baldé

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