“O papel das rádios no processo de desenvolvimento socioeconómico dos países africanos” foi o lema de um seminário temático, realizado hoje, pela Escola de Artes e Ofícios (EAO) de Quelelé e o Centro de Formação Profissional de Jornalismo, em parceria com a RDP-África.
O objetivo é de formar quadros técnicos com qualidades e competências para um exercício de jornalístico idóneo e responsável, que contribua para a consolidação da paz.
Em entrevista à imprensa, o subdiretor da RDP-África e um dos formadores, o jornalista Nuno Sardinha deixou um recado importante para os colegas e aos alunos daquela escola a serem pessoas responsáveis e idóneas, transmitindo informações conscientes capazes de trazer a união e não a desunião.
Segundo ele, a rádio é um meio de comunicação mais próximo das pessoas, mais barato de produzir e de consumir, acaba por ser esse o primeiro papel do desenvolvimento dos povos.
Outrossim, nenhum outro meio como a rádio mesmo no século XXI, consegue cumprir tão bem, tão facil e rapidamente esses propósitos, o que implica que haja responsabilidade na atuação de que produz o meio, para que o mesmo responda às necessidades da comunicação, do desenvolvimento, de melhoria da condição de vida das populações. Disse que tudo isso tem uma base que tem a ver com a formação dos elementos que compõem, tem a capacidade de manter mais ativos e posiciona uma máquina complexa talvez o mais fácil em manter em sociedades como a guineense.
Nuno Sardinha classificou o jornalismo guineense de sobrevivência, e considerou que existe uma grande luta por parte dos profissionais da área, referindo que não é fácil ser jornalista na Guiné-Bissau, pois há algum condicionamento do poder político em relação à atividade jornalística. “Não é fácil manter uma coluna vertebral dum jornalista profissional com essa condição”.
Explicou que em Portugal existe uma carteira profissional dos jornalistas e que o sindicato deverá avançar com o desenvolvimento do documento, abrangendo que haja uma profissionalização dos próprios efetivos, para que só exerce a profissão quem está habilitado.
Por sua vez, o diretor da Escola das Artes e oficiais de Quelelé, Jorge Camilo Handem, disse que Nuno Sardinha veio transmitir a sua experiência, que é muito importante para os formadores desse curso.
Esse responsável explicou ainda que a segunda parte vai continuar com um encontro com as rádios comunitárias da Guiné-Bissau, porque a EAO e a Renarc (Rede Nacional das Rádios Comunitárias), bem como a RDP-África estão a desenvolver uma parceria em termos de formação, logísticos para que possam ter uma maior capacidade em relação ao alcance e abranger todo o território nacional.
Segundo Handem, é um elemento muito importante em termos de transformação de mentalidade e de consciência, “justamente é nesse aspeto que devem valorizar a rádio”, como um elemento que promova o desenvolvimento e não como uma ameaça.
Adelina Pereira de Barros