O Banco Oeste Africano de Desenvolvimento doou um conjunto de materiais informáticos e de escritório ao Ministério das Finanças, beneficiando diretamente à Direção-Geral da Previsão e Estudos Económicos. O dom é orçado em 25 milhões de francos CFA.
O representante do BOAD em Bissau procedeu, nesta terça-feira, dia 15, à entrega formal do donativo ao ministro das Finanças, na presença dos secretários de Estado do Tesouro e do Orçamento e Assuntos Fiscais.
A ocasião serviu para o ministro João Aladje Mamadu Fadia qualificar o ato de simbólico, mas de grande significado.
Segundo o governante, os equipamentos recebidos irão melhorar a qualidade de trabalho e aumentar a produtividade no ministério. “Atualmente, o trabalho se realiza mais na base de instrumentos como computadores, que dão acesso a uma base de informação à escala mundial”, disse, para de seguida fazer votos que o gesto continue neste ano, já que o montante disponibilizado refere-se a 2021.
Por seu lado, o representante do BOAD mostrou-se satisfeito com o facto de a sua instituição poder participar na melhoria das condições de trabalho no Ministério das Finanças, assegurando que a mesma estará disponível a continuar a apoiar o desenvolvimento da Guiné-Bissau.
Pape Demba Ndiaye considerou que esta não é uma ajuda propriamente do BOAD, visto que Bissau faz parte desse banco sub-regional. Prometeu mais apoios ao país, no quadro da colaboração existente entre as partes.
“Normalizar relações com comunidade financeira”
Já em declarações aos jornalistas, à margem desta cerimónia, o ministro das Finanças afirmou que o governo tem feito um “esforço tremendo” no sentido de normalizar a sua relação com a comunidade financeira internacional.
Segundo João Aladje FAdia, o relatório aprovado agora pelo Fundo Monetário Internacional foi publicado, o qual reconhece que a avaliação efetuada ao país é positiva. “Acho que estamos todos de parabéns, que a Guiné-Bissau tenha voltado ao convívio das instituições financeiras”, disse, adiantando que o grande beneficiário disso não é o governo, mas sim o país, que recebeu do FMI, em 2021, um fundo de 60 milhões de dólares (mais de 18 biliões de francos).
Indicou que, com esse dinheiro, pagou-se a prestação da parte da divida do ano passado e todo o 2022. Ajudou também a fazer algumas despesas ligadas à Covid-19, o pagamento do salário e fazer funcionar a economia nacional.
Fez saber que quando o FMI diz “OK” a um país, atrai outros investidores internacionais, levando a ter acesso aos fundos do Banco Mundial, do BAD, dando conta que este último vai dar apoio orçamental em 12 milhões de dólares, em 2022.
O país está a preparar para a terceira e última avaliação do FMI, que vai decorrer em abril próximo e, depois da qual, segundo Fadia, a Guiné-Bissau terá um caminho aberto para negociar programa financeiro com aquela instituição.
Texto e fotos: Ibraima Sori Baldé