O presidente da Comissão da União Económica e Monetária Oeste Africana, UEMOA, o senegalês Abdoulaye Diop, anunciou no dia 23 de novembro, em conferência de imprensa, por videoconferência a partir de Ouagadougou, o Quadro de Ações Prioritárias até 2025, chamado QAP25 (sigla em francês) para dinamizar ações que visem uma rápida e eficaz integração comunitária e harmonização das leis.
Diop, na sua longa intervenção, enfatizou que o QAP25 ou seja para o período de 2021 a 2025 é uma visão endossada a objetivos estratégicos com três eixos de intervenção que consubstanciam 23 ações em linha com as disposições chaves do tratado modificado.
Para Abdoulaye Diop, a elaboração do QAP 2025 fundamenta-se no tratado modificado da UEMOA que no seu artigo 4 fixa a razão de ser a união através desses cinco objetivos a seguir.
- Reforçar de competitividades das atividades económicas e financeiras dos Estados membros no quadro d um mercado aberto e concorrente e um ambiente jurídico racional e harmonizado.
- Assegurar a convergência de performance e das políticas económicas dos estados membros pela instituição de uma medida de seguimento multilateral.
- Criar entre os estados membros um mercado comum baseado na livre circulação de pessoas. Bens, serviços de capitais e o direito de estabelecimento de pessoas exercendo uma atividade independente ou assalariado assim como um tarifa exterior comum e uma política comercial comum.
- Instituir uma coordenação das políticas setoriais nacionais através da implementação de ações comuns sobretudo nos seguintes domínios: recursos humanos, gestão do território, transportes e telecomunicações, ambiente, agricultura, energia, indústria e minas.
- Harmonizar, na medida do possível e necessário, ao bom funcionamento do mercado comum, as legislações dos estados membros e particularmente o regime de fiscalidade.
A materialização desses objetivos visa em última análise a edificação na África Oeste de um espaço económico harmonizado e integrado no seio do qual é assegurado uma total liberdade de circulação de pessoas, de capitais, de bens, de serviços e de fatores de produção, assim como a junção efetiva do direito de exercício e de estabelecimento para os profissionais liberais de residência pelos cidadãos no espaço do território comunitário.
Olhemos agora a visão e os objetivos estratégicos do QAP25.
Relativamente ao primeiro ponto que diz respeito ao aprofundamento das bases de integração económica.
A realização deste projeto, a longo prazo, requer ações fortes suportadas pelos órgãos e instituições da união assim como dos respetivos estados membro. A comissão enquanto órgão executivo da união vai continuar a contribuir a atender às demandas das populações, em diferentes áreas da vida social, económica, política e cultural.
No corolário dessas ações emergentes da UEMOA, o presidente da comissão, Abdoulaye Diop, apresentou três eixos para dinamizar a integração e harmonizar as leis.
Aprofundamento das bases de integração
No primeiro ponto, em conferência de imprensa, Diop sublinhou que o aprofundamento das bases de integração económica devem ter como suporte o reforço da convergência das economias e fortalecer o mercado comum.
Sobre esse ponto o presidente da comissão enumerou sete pontos, que devem servir de guião de referência para estimular o desenvolvimento e integração comunitária.
- sendo o primeiro a implementação de um regime de livre prática no seio da UEMOA;
- Reforço das capacidades operacionais das estruturas que gerem o regime da concorrência;
- Estabelecer um fundo de estabilização no seio da União;
- Produção e valorização das estatísticas regionais (renovação IHPC, MCS e MEGC, BDSM);
- Desenvolvimento das infraestruturas preformantes de transporte e trânsito;
- Promoção de transporte Multimodal. Apoio à gestão da segurança das fronteiras no espaço UEMOA;
Já no segundo ponto, Abdoulaye Diop argumentou que o melhoramento da eficácia das intervenções setoriais assenta em dez pontos:
Intervenção setoriais
1) Criação de polos de competitividade industrial;
2) Desenvolvimento de polos energéticos;
3) Desenvolvimento de serviços numéricos;
4) Desenvolvimento de polos regionais de formação e de pesquisa no espaço da UEMOA;
5) Criação de mecanismos de intervenção na matéria de prevenção de gestão de epidemias no espaço da UEMOA;
6) Operacionalização de mecanismos de promoção de empresas e indústrias culturais e criativas;
7) Promoção de agricultura durável;
8) Reforço da segurança alimentar e nutricional;
9) Reforço da resiliência das populações face às vicissitudes das alterações climáticas;
10) Promoção da cooperação transfronteiriça.
Consolidação da governação
No ponto três o presidente da comissão da UEMOA sublinhou que a consolidação da governação institucional deve ser suportado pelas seguintes ações a saber:
Para assegurar a realização efetiva dessas seis ações serão conduzidas:
- Implementação e operacionalização de pilotagens estratégicas;
- Execução e implementação do orçamento do programa;
- Valorização e reforço das competências internas;
- Reforço dos mecanismos de mobilização e de gestão dos recursos financeiros;
- Reforço das capacidades de mobilização de parcerias e de captação dos recursos exteriores;
- Execução dos dispositivos de pilotagem e controlo das políticas e programas de reforma.
Essas medidas ambiciosas se forem postas em prática haverá um dinamismo de convergência em todas as áreas e a nossa organização sairá reforçada, mais robusta face às ameaças e concorrências regionais e mundiais.
As mídias dos oito países, reunidos nas representações da UEMOA de cada país membro colocaram perguntas ao presidente da comissão da UEMOA e no final da sua apresentação, Abdoulaye Diop mostrou-se estar à altura tendo respondido uma a uma.
Texto : Abduramane Djaló
Foto : UEMOA