A ONG Ação para o Desenvolvimento Rural Integrado (ADRI) lançou ontem, dia 26 de fevereiro, na aldeia de Tam-tam Cossé Bororo, setor de Bafatá, o projeto de Promoção de Modelo de Alimentação Escolar Integrada na África Oeste (PMAI-AO).
Com a duração de três anos, o projeto foi financiado pela CEDEAO e a Cooperação Espanhola, tendo como objetivo contribuir no aumento de número de crianças nas escolas e, de forma específica, valorizar a produção local através de compras aos produtores.
Assegurar a disponibilidade e o acesso aos alunos de pais pobres e vulneráveis aos alimentos, ao longo de todo o ano escolar, é outro propósito da iniciativa.
No ato do lançamento, o responsável da Cantina Escolar do Ministério da Educação Nacional e do Ensino Superior afirmou que a instituição não tem condições para continuar a suportar cantinas escolares, por isso, encarregou à ONG ADRI, através do projeto PMAI-AO, para aliviar o encargo do governo.
Duque Djú revelou que já houve desvios de géneros alimentícios ou de procedimentos, por parte de alguns diretores das escolas, principalmente nas regiões.
Aquele responsável apelou comunidades da zona a confiarem em ADRI, porque está em condições de cumprir com todos os requisitos para o abastecimento de géneros alimentícios às cantinas escolares.
Djú aproveitou a ocasião para apelar às populações da área, no sentido de serem vigilantes na distribuição dos géneros, evitando assim, a sua comercialização nos mercados.
Por seu turno, o diretor executivo da ADRI afirmou que não é por acaso que a tabanca de Tan-tan Bororo foi escolhida para o lançamento do projeto PMAI-AO, porque essa zona depara-se com muitas dificuldades em termos do funcionamento de aulas.
João Aníbal Pereira lamentou o facto de que na escola local, cada carteira albergar seis crianças, “coisa que não é admissível, em termos de aprendizagem de menores”.
Por outro lado, afirmou que o projeto PMAI-AO selecionou oito escolas que vão beneficiar nesta primeira fase, nomeadamente, a escola do ensino básico Missão Batista, as do ensino complementar de Temato, Gã-Tumane, Tan-tan Cossé Bororo, Potocono, Can-Farim Djo e Sintchã Madina e a escola primária de Sintchã Buco, num total de cerca de mil alunos.
Aníbal Pereira assegurou que as referidas crianças vão beneficiar de refeições de manhã e à tarde, e o projeto vai fornecer arroz, peixe, asas e pernas de frangos, óleo alimentar, milho e feijão.
Igualmente, prometeu o apoio do projeto na preparação de um campo hortícola, onde as crianças vão cultivar produtos como tomate, cenoura e outros, para complementar a sua dieta alimentar.
Enquanto isso, a representante do diretor-geral da Integração Regional reconheceu a existência de muitos problemas na vida social das populações, principalmente as que vivem nas zonas rurais.
De acordo com Elvira Silva Mendes Lopes, é por isso que a CEDEAO e a Cooperação Espanhola disponibilizaram cerca de 236 mil dólares, para apoiar nas cantinas escolares, com objetivo de incentivar as crianças a irem à escola, assim como minimizar as preocupações dos pais e encarregados de educação.
De salientar que o projeto vai beneficiar cinco aldeias do setor de Ganadu e três no setor de Bafatá, num total de 996 crianças, entre as quais 474 rapazes, que corresponde 47,59% e 522 raparigas, correspondente a 52,41 por cento.
Fulgêncio Mendes Borges
