A Guiné-Bissau produz anualmente cerca de 35 mil toneladas de manga, das quais cerca de 75% é desaproveitada, situação que o Governo pretende mudar com o apoio da União Europeia (UE), referiu ontem o diretor-geral da Indústria, Suleimane Djaló
“Amanga poderá ser um dos produtos de comercialização da Guiné-Bissau com a União Europeia, pode ser um novo bilhete de identidade da Guiné-Bissau no mercado internacional”, afirmou Djaló.
O diretor-geral da Indústria guineense falava no ato de receção de um conjunto de equipamentos de laboratório de análise à qualidade de produtos produzidos na Guiné-Bissau, nomeadamente a manga.
Os equipamentos de análise laboratorial foram entregues às direções-gerais da Indústria, Agricultura e Saúde Pública e na mesma ocasião foram disponibilizadas duas unidades de produção semi-industrial de etanol a duas organizações da sociedade civil que lidam diretamente com a produção de alimentos, em particular a manga.
As organizações Coajoq, cooperativa agrícola, e Kafo, federação camponesa, vão passar a aproveitar produtos como caju, laranja e manga que não são consumidas para produzir etanol e álcool sanitário.
Com as máquinas disponibilizadas pela UE, as duas organizações terão a capacidade de produzir cerca de mil litros de etanol por mês, explicou a fonte do projeto que aponta para “o fim do desperdício da manga” na Guiné-Bissau.
Todo este apoio é no âmbito do projeto para a melhoria da competitividade da cadeia de valor da manga na Guiné-Bissau, ao abrigo do Programa de Competitividade para a África Ocidental (Componente Guiné-Bissau) — Wacomp-GB, financiado pela União Europeia.
O diretor-geral da Indústria, Suleimane Djaló, disse estar confiante em como a maga poderá ser “uma alavanca de desenvolvimento” do setor agrícola do país e pediu a sinergia dos ministérios do Comércio, da Agricultura e da Indústria na sua promoção para que possa chegar ao mercado internacional, nomeadamente da União Europeia.
Simona Shlede, responsável da cooperação da UE na Guiné-Bissau, enalteceu a importância do projeto para o qual foram disponibilizados os equipamentos de laboratório e exortou para a necessidade de se observar a qualidade, conformidade e segurança sanitária durante toda a cadeia de produção da manga que se pretende exportar.
Lusa