O Projeto Informação e Mobilização para Proteção e Ação pelas Crianças Talibés na Guiné-Bissau (IMPACT-GB) e Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP-GB) promoveram, dia 5 de janeiro, um workshop de consultas das partes interessadas na proteção das crianças talibés, com o propósito de criar consenso sobre a abordagem do fenómeno da mendicidade na Guiné-Bissau.
A cerimónia de abertura foi presidida pelo Humberto Bampoque, em representação do diretor executivo de ADPP-GB, que na ocasião disse que é de extrema importância combater essas práticas nefastas, tendo afirmado que a sua organização está muito empenhada nesse processo.
A propósito, agradeceu à União Europeia pelo apoio financeiro, na luta para o bem-estar das crianças de todo o mundo.
Humberto Bampoque reconhece, por outro lado, que o país tem feito pouco esforço em relação à problemática de tráfico humano e exploração infantil. Neste sentido, pediu à intervenção mais rápida das autoridades e a comunidade em geral, para a prevenção da vulnerabilidade das crianças talibés.
Por seu lado, o presidente da Associação Guineense de Luta contra Migração Irregular e Trafico de Seres Humanos (AGLUCOMI-TSH), Suleimane Embaló, assegurou que o Governo e o sistema das Nações Unidas têm feito esforços no combate a essa prática.
Disse que trabalhar nesta área não é uma tarefa fácil, dada a complexidade desta temática, mas com coragem e determinação vão alcançar o objetivo desejável em prol dessas crianças.
No entanto, Suleimane Embaló agradeceu aos mestres corânicos presentes pela contribuição que estão a dar no combate á exploração das crianças talibés.
Enquanto isso, o coordenador do Projeto IMPACT Guiné-Bissau, Dautarim da Costa sublinhou que a mendicidade está a aumentar mais na sociedade guineense, embora não haja dados estatísticos atualizado, mas ao que tudo indica esse fenómeno tende aumentar a cada dia que passa, tornando-se num problema social.
Explicou que o projeto tem basicamente três componentes, nomeadamente a dissimilação de informação, que passa pela colocação dos assuntos das crianças talibés nas agendas públicas; expansão dos conhecimentos, porque trata-se de um fenómeno mais complexo, por isso é importante ter conhecimento sobre o mesmo e criação de respostas locais, através das organizações da sociedade civil. Questionado quais as zonas mais atingidas, disse que são o Sector Autónomo de Bissau, Bafatá e Gabu, pelo que apelou à colaboração dos mestres corânicos e imames locais, para pôr fim à prática.
A finalizar, disse que depois desse seminário, os formandos vão desencadear uma campanha de sensibilização porta a porta em várias localidades do interior do país, assim como na capital.
Naiza Imbirim (estagiária)