O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, deixou hoje o país com destino a Acra, Gana, para participar na Cimeira Extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que irá discutir as situações políticas prevalecentes na Guiné-Conacri e no Mali.
Em declarações à imprensa, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, momentos antes da sua partida, o Chefe de Estado disse aos jornalistas que vai transmitir aos seus pares as consequências de subversões constitucionais que a Guiné-Bissau viveu há algumas décadas e que espera que nunca mais voltarão a ter lugar.
“José Mário Vaz foi o nosso primeiro Presidente da República a terminar o seu mandato de cinco anos e essa estabilidade veio para ficar”, assegurou.
Embaló lembrou que alguns países da sub-região nunca registaram situações de golpe, caso por exemplo do Senegal, com 60 anos de independência, quatro chefes de Estado e todas as alternâncias do poder sempre ocorreram nas urnas.
Umaro Sissoco Embaló declarou que a situação política prevalecente na vizinha República da Guiné-Conacri é preocupante, razão pela qual a organização sub-regional convocou a cimeira extraordinariamente para a análise da situação daquele país e do Mali.
“Já disse e repito, condeno severamente qualquer golpe de Estado. Todos nós temos que chegar ao poder por via democrática, mas também os presidentes devem ser sancionados na urna, não pela via da força. Detesto as iniciativas de fazer o terceiro mandato que é outro tipo de golpe. Sou o único, entre os meus colegas estadistas, quem defendeu essa posição publicamente”, disse Sissoco Embaló.
Falando da classe política guineense, o Presidente da República disse igualmente que é incompreensível ver algumas pessoas já com cerca de 90 anos aparecerem nas sedes dos partidos políticos, usurpando as oportunidades que os seus netos teriam para dar o país.
Sobre a data da independência, o 24 de setembro, o Chefe de Estado reafirmou que este ano a sua celebração será no dia 16 de novembro, mas deixou claro que o adiamento da comemoração para uma outra data não significa a alteração da histórica data da proclamação do Estado.
Ele informou que alguns chefes de Estado da sub-região querem participar nas comemorações da independência do nosso país. Além disso a situação da pandemia é crítica. Isto constitui motivo do adiamento da comemoração da festa da independência.
Aliu Baldé