Uma delegação da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) para a África, integrada pelo membro do Comité Regional para os Países Africano de Língua Portuguesa, encontra-se no país e durante quatro dias (21 a 25 de junho), vão inteirar-se da situação laboral dos seus associados na Guiné-Bissau.
A visita da organização tem como objetivo entabular contatos com sindicatos, trabalhar pela paz com base na justiça laboral e progresso económico; Ajudar a defender os interesses dos seus membros; Prestar serviços de pesquisa e informação aos seus afiliados e dar assistência geral aos trabalhadores em transportes que estejam em dificuldade.
Em jeito de balanço do primeiro dia dos trabalhos, com as associações dos Amigos Irmãos dos Homens do Mar (AIRHOMAR) e o Sindicato dos Motoristas da Administração Pública (SIMAPPA), o responsável da ITF para os Países de Língua Portuguesa, Raul Sengo da nacionalidade moçambicana, afirmou que um dia os trabalhadores dos países lusófonos vão sentar-se numa mesma mesa, à semelhança dos seus Governos para discutir os problemas.
Sengo considerou o encontro de positivo, porque permitiu debater as dificuldades com que deparam os transportadores guineenses.
De acordo com Raul Sengo, as conversações foram abertas e houve reclamações sobre a ITF de que a Guiné-Bissau não recebeu nenhum apoio da organização.
“Mas garanto que todos os sindicatos guineenses filiados na ITF vão ter o mesmo direito como os de outros países, no que tange a formação ou seja, capacitação e outras regalias”, garantiu.
O presidente do SIMAPPA, Abdu Nancó, afirmou que a sua organização aderiu à ITF há anos e espera que outras organizações sindicais do país façam o mesmo para resolver os problemas.
Negociação séria
A delegação efetuou uma visita de cortesia ao secretário-geral da UNTG, Júlio Mendonça, no dia 22, para se inteirar da situação que a UNTG depara nos últimos tempos.
No fim do encontro, Raul Sengo mostrou a necessidade de a ITF defender a classe dos funcionários numa situação crítica, aproveitando para encorajar a classe sindical guineense a continuar na sua luta em prol da melhoria de condições de vida dos trabalhadores.
Por outro lado, afirmou que a arma principal dos sindicalistas é a negociação e não a greve, uma vez que a paralisação associa-se a várias consequências. Por isso, na sua óptica qualquer impasse requer uma negociação séria.
Júlio Mendonça disse que o encontro permitiu trocarem as partes trocarem impressão tendo manifestado a necessidade da criação de uma estrutura a nível da Guiné-Bissau que será útil para os dirigentes sindicais e reduzirá as suas lutas de dia a dia.
Mendonça disse que as demais instituições e dirigentes sindicais devem aproveitar esta visita para que no futuro possam participar em todos os eventos da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes.
Importa realçar que durante a sua estada no país, a delegação da ITF deverá visitar a APGB, IMP, Ministério da Função Pública, Ministério dos Transporte e Comunicação.
De referir que essa Federação é um conjunto de sindicatos democráticos globais de Trabalhadores de Transportes e fundada 1896.
Dados de 2017, referem que a ITF contava com 677 organizações associadas em 149 países, representando um total de 19,7 milhões de trabalhadores de transportes em todos os setores de transportes, nomeadamente industrial, aviação civil, estivadores, navegação interior, marítimos, transportes rodoviário, ferroviário, pescas, transportes urbano e turismo.
A Federação Internacional de Trabalhadores em Transportes representa os interesses dos sindicatos dos trabalhadores dos transportes.
Texto e fotos: Fulgêncio Mendes Borges