O novo presidente da Comissão da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) efetuou, de 18 a 21 de junho, a sua primeira viagem oficial ao país. A visita do Abdoulaye Diop visou agradecer as autoridades nacionais pela sua nomeação ao cargo na última Conferência de Chefes de Estados e de Governo, ocasião que serviu para o senegalês passar em revista o estado da cooperação com a Guiné-Bissau.
Na sua declaração no final de um encontro de trabalho que manteve com o ministro das Finanças, Abdoulaye Diop disse que a sua passagem a Bissau visou não só agradecer o presidente da república e demais entidades, mas também abordar com elas situações relacionadas com o funcionamento dos projetos financiados pela UEMOA.
Nessa perspetiva, Abdoulaye Diop elogiou os esforços das autoridades nacionais no plano económico e financeiro, tendo afirmado que o país registou um certo progresso no setor financeiro, embora reconheceu que a situação não é boa como seria para desejar, pelo que promete colaborar para o reforço da cooperação, com base na solidariedade que carateriza a união.
Por outro lado, lembrou que a UEMOA é uma organização de Estados e povos, facto que compromete a comissão a continuar a trabalhar para a promoção de programa de desenvolvimento dos respetivos países.
Por sua vez, o ministro das Finanças disse que o novo presidente da comissão da UEMOA está a cumprir com a tradição, depois de assumir as funções visitar os países membros para agradecer as autoridades pela confiança e manifestar a disponibilidade de continuar a trabalhar e assistir os Estados membros naquilo que é o seu papel.
Alage João Mamadu Fadia disse ter recebido a visita do presidente da Comissão da UEMOA na qualidade do ministro representante do Estado da Guiné-Bissau no Conselho de Ministros da UEOMA.
O governante assegurou que a ocasião serviu para trocarem impressões sobre o estado da cooperação e sobre as eventuais dificuldades e necessidades do país.
Relativamente aos projetos em execução na Guiné-Bissau e financiados pela UEMOA, Mamadu Fadia disse terem abordados assuntos relacionados, tendo destacado os dois apoios financeiros significativos disponibilizados, no âmbito do combate à Covid-19, sendo o primeiro tranche foi na ordem de 500 milhões de francos CFA e este último relacionados com atividades ligada à vacinação, no valor de mil milhões de francos CFA. Acrescentou ainda que a organização atua em vários setores, nomeadamente agricultura, infraestruturas, pescas e entre outras áreas.
Perdão de dívida
À margem deste encontro, o ministro das Finanças anunciou a decisão do Banco Europeu de Investimento (BEI) em perdoar todas as dívidas que a Guiné-Bissau contraiu com àquela instituição financeira europeia.
Trata-se das dívidas contraídas desde anos 80, através do financiamento de projetos de desenvolvimento, nomeadamente Guinave, Guiné Telecom, fábrica de calçado Ianda e entre outras iniciativas privadas.
Segundo Alage Fadia, com este perdão o BEI mostrou-se disponível em participar no financiamento do setor da energia, infraestruturas rodoviária e escolares, nomeadamente estrada Bissau/Ziguinchor; Tanafe/Farim; água e saneamento e mobilidade urbana.
Finalmente, o ministro das Finanças anunciou o inicio de conversações entre o BEI e dois bancos comerciais para o estabelecimento de linha de crédito para o financiamento do setor privado.
Texto e foto: Seco Baldé Vieira