Sociedade civil quer CEDEAO ao serviço dos povos

O Fórum das Organizações da Sociedade Civil da África Ocidental Guiné-Bissau, (FOSCAO-GB) e o seu congénere da CEDEAO estão a desencadear uma ofensiva junto dos Chefes de Estados da comunidade para que esta organização seja virada aos povos e não os Estados.

Essas estruturas da sociedade civil do espaço comunitário defendem uma sociedade civil bem organizada e vibrante, capaz de contribuir para uma região da África Ocidental estável e próspera, assim como fazer com que a voz do povo seja ouvida e levada em consideração nas cimeiras dos Chefes de Estados e do Governo.

Para isso, os membros do FOSCAO a nível dessa organização sub-regional querem ter um assento na cimeira para que os povos dos países que fazem parte dessa comunidade se sintam seguros no seu quotidiano.

É nesse sentido que o FOSCAO-GB esteve reunido ontem, dia 3 do mês em curso, num dos hotéis da capital com diferentes organizações da sociedade civil para relançar, reestruturar e dinamizar a sua coordenação no país.

Nessa reunião de tornar essa organização mais proativa nas suas ações, estava presente o secretário-geral do FOSCAO, entidade que coordena outras estruturas a nível da CEDEAO.

Na abertura do encontro, a coordenadora nacional, Paula Melo, disse que desde a sua criação até a data presente o FOSCAO não estava a funcionar em pleno, razão que levou os responsáveis a repensar novas estratégias para dar-lhe alento.

Disse que o objetivo da criação dessa organização é de promover o diálogo permanente com o Secretariado da CEDEAO sobre a segurança humana na região e promover uma parceria sólida entre os governos e a população.

De acordo com Paula Melo, a segunda missão é de trabalhar para a paz, a unidade, estabilidade e o fortalecimento de Estado Direito Democrático, que tem constituído um problema na zona, principalmente na Guiné-Bissau.

A coordenadora nacional disse que devido ao fracasso registado no cumprimento dos objetivos preconizados, a nova estrutura do FOSCAO decidiu traçar novas metas e visões com propósito de corrigir os erros do passado.

Por sua vez, o presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil, Fodé Caramba Sanhá, fez a mesma leitura sobre o desempenho dessa organização que, segundo ele, desde a sua criação tem enfrentado várias crises, o que a levou a não conseguir bom resultados.

No entendimento de Fodé Caramba, o FOSCAO não conseguiu atingir os objetivos que nortearam a sua criação, porque as organizações que nele fazem parte periodizaram mais as agendas internas em detrimento das agenda sub-regional, facto que tem beliscado a sua dinâmica.

Sanhá disse que com a mudança de paradigma na coordenação, talvez vai ajudar no funcionamento pleno dessa organização em todos os países membros.

Chefes de Estado que violam alternância de poder

Por último, o secretário-geral do FOSCAO, Komlan Messie, disse que a democracia na África Ocidental nesses últimos anos tem vindo a deteriorar-se, devido ao comportamento de alguns Chefes de Estados de crer implantar regimes ditatoriais com as revisões de constituições sem, no entanto, respeitar a vontade popular de alternâncias de poder.

“É nessa senda que é importante relançar o FOSCAO, para poder acompanhar as agendas dos decisores políticos. Queremos com esta nova dinâmica transformar a CEDEAO numa organização dos povos e não de Estados e, ainda, remover as barreiras nas fronteiras comunitárias”, observou.

Alfredo Saminanco

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