A Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), celebrou anteontem o seu sexto aniversário, no qual se desdramatizou a dissidência dos seus quatro deputados, que mantêm fiéis ao acordo assinado com o PAIGC.
No ato de comemoração da efeméride, o presidente da comissão organizadora, Cristiano Na Betam-a, assegurou que o momento não serve para festejar, mas sim, de refletir sobre a situação sociopolítica.
Na Betam-a disse que seu partido está a trabalhar na consolidação da democracia no país, assim como na defesa dos superiores interesses da nação que assentam na promoção da paz, da unidade e coesão nacional, na defesa da dignidade da pessoa humana e a solidariedade como condição indispensável para o desenvolvimento.
Relembraram na cerimónia comemorativa o ex-Presidente da República, Koumba Yalá que consideram de uma figura incontornável da jovem democracia, como símbolo de multipartidarismo.
Segundo eles, Koumba Yalá foi um elemento fundamental na transformação de um projeto político que iniciou nas eleições presidenciais de 2014 e que hoje se torna num partido político.
Cristiano Na Betam-a disse que APU- PGB tem percorrido um caminho de sucesso, apesar dalgumas frições internas, mas este mal-estar não tem afetado a estabilidade interna, a coesão e a boa sintonia entre o presidente do partido e os restantes órgãos estatutários.
Cristiano Na Betam-a justificou que a causa da derrota do Nuno Gomes Nabiam nas eleições presidenciais de 2019 está ligad a ausência de meios materiais e financeiros.
Ele garantiu que o partido vai continuar a trabalhar com outras forças políticas que constituíram a nova maioria parlamentar para levar a nona legislatura até ao fim, isto para poder lançar bases para o desenvolvimento da pátria de Amílcar Cabral.
A ocasião serviu para este responsável lançar um apelo para que haja reconciliação no seio do partido, proporcionando assim espaço para um diálogo franco e aberto que vai permitir o reencontro da família apuana.
Aquele responsável aproveitou a celebração da data para anunciar uma campanha de distribuição de mascaras e outros produtos higiénicos nas diferentes estruturas sanitárias do país.
Por sua vez, o vice-presidente da comissão organizadora do sexto aniversário desta formação, Garcia Bideta, desvalorizou a questão que se debate na arena política nacional, em como existe duas alas no seio do partido.
Reagindo a esta situação, Bideta disse que nunca existiu duas alas e nem vai existir, portanto, APU-PDGB continua sob a liderança do Nuno Gomes Nabiam.
“É normal que um ou outro militante desacorde com a direção, mas isso não significa que há divisão dos militantes no seio do partido. Até aqui ninguém foi instaurado um processo disciplinar, o que quer dizer há uma coesão interna”, sublinhou.
Em relação aos quatro deputados que mantêm fiéis ao acordo assinado com o PAIGC, Garcia argumentou que os referidos representantes do povo são independentes no exercício das suas funções constitucionais, pelo que não há nada de estranhar com a sua posição. “E neste momento há uma nova maioria parlamentar que sustenta o atual executivo liderado por Nuno Gomes Nabiam, líder da APU-PDGB”.
Fotos e texto: Alfredo Saminanco