Direção promete pagar três meses de salários em atraso até dia 27

O diretor-geral da Inacep (Imprensa Nacional Empresa Pública) prometeu liquidar até 27 de agosto corrente, três meses de salários em atraso de um total de 99 meses de dívidas contraídas. No entanto, Bamba Banjai pediu o benefício da dúvida aos trabalhadores enquanto está a acionar mecanismos para a resolução definitiva da situação.

Estas palavras de conforto foram transmitidas no ato da assinatura do memorando de entendimento no passado dia 24, entre a Direção-Geral da empresa e o Sindicato de Base dos Trabalhadores, que ameaçava entrar em greve por cinco dias na semana passada.

Sabe o “Nô Pintcha” que o patronato comprometeu-se a liquidar os restantes meses de forma faseada, devendo o pagamento de cada mês vencido ser acompanhado da remuneração de um atrasado.

De acordo com a nossa fonte junto da empresa, a entrega ao Banco da África Ocidental (BAO) de uma “carta de conforto” que serve de garantia à obtenção de crédito para liquidação de salários e aquisição de matéria-prima.

No que toca à liquidação da dívida ao INSS (Instituto Nacional de Segurança Social), a Inacep compromete-se a regularizá-la gradualmente, num montante orçado em 300 milhões de francos CFA, à medida que for verificada a melhoria da performance financeira da empresa.

No ato da assinatura daquele memorando entre as partes, rubricado pelo diretor-geral da empresa, Bamba Banjai, e o presidente do Sindicato de Base dos Trabalhadores, Walter Mendonça, na presença de responsáveis da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes.

Na ocasião, o responsável máximo da Inacep, Bamba Banjai, explicou que aquando da sua chegada à empresa herdou uma situação complicada, com “dívida aos trabalhadores correspondentes a 99 meses de salários em atraso, bem como 20 anos sem entregar os descontos respeitantes à Segurança Social”.

“Desde a minha chegada a esta casa que fiz várias diligências junto dos nossos clientes, principalmente o Ministério das Finanças, instituição do Estado cuja dívida para com a Inacep atinge cerca de dois biliões de francos CFA.”

Bamba Banjai explicou que enviou uma carta a esta instituição financeira do Estado para liquidar esta dívida ainda que de forma “faseada”, pedido que não surtiu efeito.

Neste sentido, Banjai aproveitou a ocasião para apelar ao Presidente da República e ao Primeiro-ministro para “ajudarem a salvar a Inacep”, que é uma empresa pública, ou seja, de todos os guineenses.

“É imoral falar de 99 meses de dívidas salariais com os trabalhadores. Na minha direção existem três meses de dívidas (maio, junho e julho) que liquidarei brevemente.”

“Venho aqui para salvar a empresa, mas é preciso apoio do Governo e da Presidência da República. Não é aceitável que uma empresa do Estado não tenha nos seus armazéns um stock de matéria-prima! Há muitas dívidas do passado que a Inacep não pode pagar”, lamentou Banjai.

Por seu turno, o presidente do Sindicato de Base dos Trabalhadores, Walter Mendonça, em poucas palavras considerou este ato de um passo muito importante que pode ajudar a empresa a sair da situação deplorável em que se encontra há muito tempo.

“O pagamento de salários em atraso; a liquidação de subsídios de luto não pagos; a melhoria das condições de trabalho e o pagamento da Segurança Social há mais de 20 anos; a aquisição de matérias-primas e aquisição de novos equipamentos fazem parte das preocupações enumeradas por Walter Mendonça. ” 

De acordo com este sindicalista, se a Direção aceita cumprir com estes pontos, a Inacep e os seus funcionários em breve conhecerão melhores dias como merecem.

Texto e foto: Fulgêncio Mendes Borges

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