O Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, voltou a quebrar o silêncio para denunciar atos de que foi alvo várias vezes com ameaça de assassinatos durante a IX Legislatura.
A reação do líder do parlamento foi ouvida durante a sessão de terça-feira, dia 7 do corrente mês, logo após a intervenção do líder da bancada do PAIGC, Califa Seide, no período antes da ordem do dia e na sequência de constantes ataques de que é alvo no seu próprio partido.
Na sua intervenção, Cipriano Cassamá disse que sempre agiu no quadro regimental e no respeito pela Constituição da República e disse que nunca foi, não é nem será traidor. “Nunca trairirei o meu partido, mas as pessoas podem trair-me”, rematou.
Disse que não é mentiroso nem é “fisurwalé” e o seu gabinete é constituído por juristas e constitucionalistas conhecedores da matéria jurídica e dispõe de conselheiros a altura para lhe ajudar a interpretar as leis e tomar decisões dentro do quadro legal.
Afirmou que a sua decisão foi tomada em concertação com o seu gabinete e não está arrependido de a ter tomado, tendo dado conhecimento da mesma ao presidente do partido.
Cipriano Cassamá disse que não mudou e nem mudará de partido. Continua e continuará a ser militante do PAIGC para sempre e que ninguém o expulsará do partido. Além do mais, é o 1º vice-presidente desta formação política, pelo que não pertence nem ao Madem G-15, nem ao PRS, nem à APU-PDG, nem ao PND e nem à UM, mas sim ao PAIGC.
O presidente da ANP disse que durante a IX Legislatura foi herói porque cumpriu a lei e teve fama, mas escapou por 11 vezes de ser assassinado pelas informações que recebia. Inclusive, quando votaram uma resolução para substituir o então Presidente da República, José Mário Vaz, foi ameaçado na mesma noite de assassinato e que escapou por pouco.
Entretanto, disse claramente que não está ao serviço de ninguém, mas sim ao serviço do povo guineense. Por isso sente-se muito orgulhoso e as suas atuações serão sempre pautadas na base da Constituição da República e do Regimento da ANP. Reconheceu que é Presidente do Parlamento graças ao PAIGC mas que isso não lhe impede de cumprir com a lei.
Texto e foto: Djuldé Djaló