O caso do suposto envenenamento no Reino Unido do antigo agente duplo russo Skripal e da sua filha, Yulia, continua a alimentar a actualidade internacional. Nesta quarta-feira, um laboratório britânico que analisou o agente químico utilizado para envenenar o ex-espião russo Skripal admitiu não ter provas de que a substância seja proveniente da Rússia.
O governo russo exige que o Reino Unido apresente um pedido de desculpas, depois do laboratório britânico que analisou o agente químico utilizado para envenenar o ex-espião russo Skripal ter admitido não ter provas de que a substância venha da Rússia.
No entanto o governo britânico tem acusado o Kremlin de ter envenenado Skripal e sua filha Yulia na cidade de Salisbury com um gás neurotóxico.
As acusações de Londres provocaram uma onda de expulsões de diplomatas entre os países ocidentais, incluindo a França e os Estados Unidos, e a Rússia.
O chefe do laboratório militar britânico de Porton Down, Gary Aitkenhead, afirmou que não foi possível determinar a origem exacta do agente neurotóxico usado para envenenar o antigo agente duplo russo.
O anúncio do laboratório de Porton Down aconteceu na véspera de uma reunião da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) dedicada ao caso Skripal.
Rússia tenta apaziguar o diálogo
O presidente russo, Vladimir Putin, denunciou uma “campanha contra a Rússia” e afirmou esperar que a reunião da OPAQ “permita colocar um ponto final” às acusações.
O director do serviço de inteligência externa de Moscovo, Serguei Naryshkin, chamou o caso Skripal de “provocação grotesca” dos serviços especiais britânicos e norte-americanos.
Serguei Naryshkin também pediu a “retoma do diálogo saudável” entre Moscovo e os ocidentais no caso do ex-espião envenenado na Inglaterra, para evitar uma nova crise.
A Rússia nega as acusações, que provocaram a crise diplomática mais grave entre Ocidente e Oriente desde a Guerra Fria e a expulsão de quase 300 diplomatas das duas partes.
Investigação conjunta?
A delegação britânica chamou de “perversa” a proposta russa de uma investigação conjunta sobre o envenenamento de um ex-agente russo na Inglaterra, durante uma reunião extraordinária da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ).
rfi.pt