O país sem eleições, sem violência, sem braço armado (militar) e que toma todos os seus cidadãos por iguais, conhecido por Guiné Cultural, empossou hoje, [27-03-2018] em Bissau, o seu primeiro presidente, Jacinto Mango (Atcho Express).
A cerimónia que também serve para celebrar o dia mundial de teatro, juntou na praça Mártires de Pindjiguiti, em Bissau, músicos, grupos de danças e teatros, cineastas entre outras personalidades intervenientes e amantes da cultura.
Falando aos jornalistas e aos cidadãos da imaginária república de Guiné Cultural, Jacinto Mango começa por afirmar que a existência da república de “Guiné Cultural” não é de hoje mas sim de muitos anos que pela falta de informação, muitos se desconhecem.
“Amílcar Cabral, pai da nossa nacionalidade, sempre afirmava que a luta armada pela libertação do país é um ato cultural. Portanto estamos só a continuar com seus ideais”, diz Atcho Express.
Atcho Express, ator, poeta, ou seja, homem da cultura salienta que a república de Guiné Cultural é de todos os filhos amantes da cultura, construidores de diálogo e da paz, que estão contra a violência, contra inveja e que diariamente trabalham pela afirmação da identidade cultural guineense, adiantando que é um país onde não há eleições, nem golpes de Estado, nem sanções, nem acordos, do qual reina o respeito e teatro porque segundo ele, o seu hino é a cultura.
Com a República da Guiné Cultural, criada em 2017, o ator quer demostrar a outra face da Guiné-Bissau, onde não há violência, coberto de diálogo e alegria e cuja prioridade é a cultura.
Presente no evento que marcou o dia mundial de teatro e setenta (70 anos) da criação do Instituto Internacional de Teatro, o também cidadão da criada república fictícia, Rui Manuel da Costa (Papé di Nha Raça), cineasta guineense afirma que uma das intenções do coletivo é tornar a “Praça Mártires de Pindjiguiti” um símbolo de resistência e de afirmação da cultura guineense, sem pôr em causa a sua história nos acontecimentos de 3 de Agosto de 1959.
Papé di Nha Raça avança ainda que, brevemente, vai estar em execução o projeto ‘Atores Associados’ que irá envolver diferentes atores nacionais na apresentação periódica de peças teatrais como forma de dar mais realce ao setor.
“Deve haver subvenção aos homens da cultura, nem se quer 50 francos CFA, caso contrário, todos os esforços dos agentes culturais vão cair por terra”, diz Papé di Nha Raça, adiantando que nunca vão poupar esforço na luta pela projeção da cultura guineense, mesmo com escassos recursos.
No evento foram dramatizados peças teatrais com maior realce à de Conflito do Poder.
Saliente-se que o dia Mundial do Teatro, celebrado anualmente no dia 27 de março, foi criado pelo Instituto Internacional do Teatro em 1961.
CAB/UG