A assunção da Guiné-Bissau à presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em julho de 2025 dependerá do desenrolar das eleições legislativas de 24 de novembro deste ano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Carlos Pinto Pereira, garantiu que as legislativas serão “transparentes e livres” e que os seus “resultados serão aceites e respeitados”.
O chefe da diplomacia guineense reagia assim às declarações do secretário executivo da CPLP, Zacarias da Costa, que, em entrevista à Lusa, afirmou que a comunidade lusófona acompanha com “alguma preocupação” a situação na Guiné-Bissau, país que deverá assumir a presidência rotativa da organização em 2025, após São Tomé e Príncipe.
Em resposta, Carlos Pinto Pereira considerou as declarações do secretário executivo da CPLP “pouco abonatórias” para a Guiné-Bissau e prometeu emitir mais reações no futuro sobre as mesmas.
Pinto Pereira reforçou que o país está “plenamente preparado para assumir a presidência da CPLP” e que “não há motivo para a preocupação” sobre a situação política guineense, contrariando a opinião de Zacarias da Costa.
Por sua vez, Zacarias da Costa declarou acrrditar que os guineenses conseguirão superar a atual situação que considerou “menos favorável”, e salientou que as eleições já estão marcadas para 24 de novembro e espera que o processo decorra com normalidade.
Para o Secretariado Executivo da CPLP, o importante é que a decisão da última Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo, realizada em 2023 em São Tomé e Príncipe, foi que o próximo encontro de alto nível se decorra na Guiné-Bissau, com datas já definidas.
Questionado sobre a possibilidade de rever essa decisão, caso as eleições não corram conforme o esperado e o panorama político do país não melhore, Zacarias da Costa respondeu: “Obviamente, esperamos que a situação se normalize para que o país possa assumir a presidência da CPLP”.
No entanto, ele frisou que “reverter a decisão ou não” cabe aos Estados-membros, e manifestou a convicção de que “os Chefes de Estado e de Governo irão acompanhar a situação com grande atenção”.
“Neste momento, o que temos é uma decisão firme, uma data marcada e o compromisso é de um país, não apenas de um presidente ou de um primeiro-ministro, de acolher a cimeira em 2025”, reiterou.