No quadro das comemorações do Dia Internacional da Paz, que se realiza anualmente no dia 21 de setembro, estabelecido pela Assembleia Geral da ONU, em 1981, o Movimento Nacional da Sociedade Civil, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, realizou hoje, dia 20, em Bissau, um evento alusivo à data, sob lema “Cultivar uma cultura de paz em tempos de incertezas”.
O objetivo do encontro é de promover os valores essenciais para a construção de uma cultura de paz, tais como o respeito pela vida, pelos direitos humanos, pelas liberdades fundamentais, a importância da educação, do diálogo e da cooperação como ferramentas para a promoção da não-violência e resolução pacífica dos conflitos.
Outros propósitos têm a ver com análise às contribuições da sociedade civil no processo de construção da paz, metodologias para a implementação e dinamização do diálogo nacional, proporcionar maior conhecimento, facilidade de utilização dos instrumentos de comunicação para a paz.
A ocasião serviu para o presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil, Fodé Caramba Sanhá, defender que as questões politicas não devem ser reservadas só para a respetiva classe, mas sim a sociedade civil deve participar nas ações sociais,l no âmbito de seguimento das políticas públicas, de forma a alcançar o desenvolvimento. Adiantou que é dever do Estado promover a agricultura para sustentar o povo.
Bubacar Turé, coordenador do Consórcio Casa dos Direitos e presidente de Liga Guineense dos Direitos Humanos afirmou que, atualmente, a Guiné-Bissau vive uma enorme tensão política, social económica, em todas as dimensões da sociedade.
Por isso, segundo ele, a sociedade civil tem papel importante para o aprofundamento da democracia, não é a principal responsável para o bem-estar do país, mas as suas ações e complementaridade são fundamentais para o alcance dos objetivos desejáveis.
A presidente da Rede Paz e Segurança para Mulheres no Espaço CEDEAO (Remsepcao) lembrou que surgiu quando a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução, em 1981, pedindo ao mundo um “cessar-fogo global” e um dia de não-violência, através da paz mundial, nos lares, nas comunidades e entre as nações.
Elci Pereira Dias afirmou que é impossível falar de desenvolvimento sustentável, de erradicação da pobreza e de melhorias nos padrões de vida, enquanto vivemos sob a sombra da incerteza política.
Disse que desde independência, em 1973, nenhum governo conseguiu completar o seu mandato. “Golpes de Estado, dissoluções de parlamentos e instabilidade política marcaram a nossa trajetória como Nação”.
Pereira Dias declarou que a Remsepcao tem investido, fortemente, na articulação entre as autoridades nacionais, internacionais, atores políticos e grupos sociais, mediante encontros de concertação sobre a situação da instabilidade política e social do país.
Por seu lado, Gueri Gome Lopes, coordenador nacional da Convenção Cidadã, referiu que a sociedade civil tem grandes desafios, porque está inserida num país em que o contexto sociopolítico é muito árduo e a estabilidade governativa muito difícil.
Na sua intervenção, o representante do Projeto da Estabilização Política afirmou que o projeto está a trabalhar com as organizações da sociedade civil, com juventude partidária e mulheres, justamente para criar consenso para estabilidade e desenvolvimento da Guiné-Bissau.
Naiza Imbirim (estagiária)