Delegado Regional de Tombali prevê bom ano agrícola

O delegado regional da Agricultura de Tombali prevê um bom ano agrícola, tendo em conta os trabalhos de levantamento feito em meados de maio.

Em entrevista ao Nô Pintcha, Bubacar Lamine explicou que, na altura, percorreram toda a região, com o instituto de inteirar-se da real situação e das dificuldades da população, porque no ano passado, a água salgada estragou a maioria das bolanhas, o que refletiu negativamente na produção e na produtividade.

O técnico disse ainda que, depois daquela ação de levantamento, o Ministério da Agricultura foi comunicado, no sentindo de tomar as providência necessárias para fazer face à situação.

“Felizmente, houve uma resposta satisfatória, onde conseguimos 25 toneladas de semente de arroz de água salgada, duas de mancarra (amendoim) e três toneladas de feijão, e Já procedemos à distribuição aos respetivos beneficiários”, contou.

Além dessas sementes, a Delegacia Regional de Agricultura beneficiou também de 155 tubos de drenagem e 60 bombas, mas, segundo o delegado, estão ainda a precisar de materiais para a construção de diques de cintura, equipamentos esses que garantem as mínimas condições para um bom ano agrícola.

Bubacar Lamine revelou que a sua ambição, enquanto delegado do Ministério da Agricultura, é de aumentar o nível de produção na Região de Tombali, razão pela qual não tem poupado esforços na materialização desse sonho.

“Estou seguro que esta luta vai ter resultados, porque vejo a vontade e a determinação dos próprios agricultores em levar avante esse desejo. Também, sensibilizamos os camponeses para diversificarem a produção”, informou.

No entanto, garantiu que, enquanto continuar à testa da delegacia regional, tudo fará para retribuir a Região de Tombali o nome que outrora tinha, o celeiro nacional de arroz.

Degradação acentuada

O projeto agrícola denominado Departamento Hidráulico e Solo está num total abandono e as infraestruturas são transformadas num centro de acolhimento de estudantes, tratores e outros equipamentos obsoletos.

Atualmente, uma parte da antiga residência dos técnicos da agricultura encontra-se ocupada por alunos, vindos de tabancas arredores, e a outra foi arrendada aos terceiros, desviando-se assim dos objetivos para os quais fora criado.

A ideia era de trabalhar na orizicultura (arroz de água salgada ou de mangal), mas, infelizmente, tudo veio a dar mal e o projeto em si acabou por afundar-se, originando a fuga de quadros, à procura de melhores condições de vida noutras paragens.

De acordo com as informações apuradas pelo jornal Nô Pintcha, a Delegacia Regional da Agricultura, perante aquela situação, decidiu ceder as casas para estudantes, os agentes da Guarda Nacional e o pessoal da Guarda-florestal.

Assim sendo, o projeto de orizicultura não conseguiu atingir metade do objetivo preconizado, devido à falta de definição de uma estratégia clara sobre a continuidade do mesmo. Dada a situação em que se encontra, os responsáveis regionais da agricultura defendem o aproveitamento do espaço para uma escola agrícola, com a finalidade de preparar novos quadros para os desafios futuros.

É triste e lamentável ver um projeto promissor, que visava alavancar o setor agrário, estar naquela situação deplorável. O estado atual das infraestruturas, de certa forma, mostra a contradição da filosofia que norteou a criação desse projeto com a política das atuais autoridades.

Nesta ordem de ideias, é preciso repensar noutros projetos que possam ser rentáveis para o desenvolvimento económico do país. No entendimento de alguns, as obras não podem ser abandonadas, mesmo que a sua recuperação venha a custar muito dinheiro.

Sobre essa situação, o Nô Pintcha ouviu a reação do delegado regional da Agricultura, que disse ter ficado triste e revoltado com o falhanço do projeto e o estado das infraestruturas.

“Não sei explicar exatamente o que aconteceu, mas a bem da verdade, este projeto fracassou. A oficina e o centro de ensaio de sementes estão totalmente abandonados, sem que ninguém fosse responsabilizado”, lamentou.

Porém, Bubacar Lamine manifesta-se otimista quanto a retoma do projeto, “até porque, nesse momento, está a fazer diligências junto de parceiros para que, pelo menos, as residências sejam reabilitadas.

Alfredo Saminanco

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