“Amamentação salva vidas e poupa biliões de francos CFA”

Amamentação pode salvar vidas de 292 crianças e mulheres por ano, proteger cerca de 16 mil menores contra doenças e ainda permitir aos pais economizar mais de 1,6 biliões de francos CFA anualmente. A observação foi feita pela ministra de Saúde, durante uma entrevista que concedeu nesta quarta-feira, 31, à Rede de Crianças e Jovens Jornalistas (RCJJ).

Maria Inácia Có Sanhá afirmou que amamentação é um investimento inteligente na saúde e no futuro, porque quando os bebés são amamentados ficam mais saudáveis e fortes, o que ajuda no seu desenvolvimento, além de trazer benefícios para a economia, pois crianças saudáveis e bem desenvolvidas têm mais sucesso na escola e no trabalho, podendo, no futuro, contribuir para o desenvolvimento do país

Segundo a governante, quando se investe na amamentação, está-se a contribuir para a redução da taxa de mortalidade infantil e das mães. “Com aleitamento, as crianças são protegidas contra diarreias e doenças respiratórias agudas, assim como diminui o risco de contrair o cancro ovário e diabetes.

A ministra disse, por outro lado, que o leite materno tem vantagens para o desenvolvimento cerebral e intelectual das crianças. Neste sentido, sublinhou que o Ministério de Saúde, em colaboração com os parceiros técnicos e financeiros, como o UNICEF e a OMS têm desenvolvido várias atividades em prol de saúde de menores e das mães em todo o território nacional.

“Os benefícios do leite materno vão além da função de alimentação e nutrição, pois é muito importante para a sobrevivência dos bebés e para a equidade social e económica de um país”, realçou.

Entretanto, a ministra aproveitou a ocasião para convidar todos os atores, no sentido se engajarem para a causa de amamentação durante a campanha sazonal e semana mundial de amamentação, que o governo e os parceiros estão a implementar.

“Importa sublinhar que três hospitais do país (Catió, São Domingos Bubaque) têm registado sucesso nessa meteria. Os técnicos de maternidade aconselham durante as consultas pré-natais para uma boa nutrição, a fins de prevenir o baixo peso de crianças à nascença, e ainda orientam as gravidas e lactantes para a amamentação uma hora após o nascimento e seis meses de vida do bebé.

Maria Inácia Sanhá destacou o papel dos Agentes de Saúde Comunitária no encaminhamento de grávidas para as consultas, assim como no aconselhamento das mães, no sentido de darem leite materno a seus bebés.

Aumento de licença de maternidade

A ministra lembrou que, em 2022, foi feita a revisão pontual da Lei Geral do Trabalho, tendo sido aumentado a licença de maternidade de 60 para 90 dias, e o governo introduziu pela primeira vez a licença de paternidade de 15 dias para os pais, além de outras disposições.

Recordou ainda que a Guiné-Bissau é signatário do Código Internacional de Marketing e Comercialização dos Substitutos do Leite Materno, o qual agora pretende atualizar e transformar numa lei que oriente a produção, publicidade e venda de todos os alimentos destinados à alimentação de bebés e crianças.

A governante reconheceu que o país tem feito avanços consideráveis no que toca à promoção da amamentação, com uma taxa de 59 por cento, facto que demonstra que mais de metade de bebés são amamentados apenas com leite materno até completarem os seis meses de vida.

“Devemos continuar a fazer mais para podermos alcançar as metas de amamentação fixada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) até 2030, que é de aumentar as taxas de amamentação para 70 por cento”, exortou.

Não obstante, diz acreditar que com o apoio dos parceiros na mobilização de fundos adicionais para implementação de atividades que promovam a amamentação precoce, a Guiné-Bissau pode superar as expectativas.

Assim, Có Sanhá encoraja discussões sobre o aumento da licença de maternidade para um mínimo de 18 semanas ou 4 meses, bem como o desenvolvimento de políticas de amamentação nos locais de trabalho.

A concluir, defendeu a capacitação dos técnicos de saúde para a implementação dos 10 passos para o sucesso da amamentação e para o aconselhamento especializado sobre o mesmo.

Por outro lado, reforçar as ligações entre as estruturas de saúde e a comunidade no que toca à promoção e proteção da amamentação, assim como fortificar o sistema de controlo para o seguimento dos progressos alcançados no quadro do cumprimento das metas estabelecidas para amamentação.

Alfredo Saminanco

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