O ministro do Turismo e Artesanato afirmou, hoje, dia 29 de julho, que na Guiné-Bissau, mais de 30 por cento da população vive em situação de pobreza extrema, por não conseguir satisfazer às necessidades alimentares básicas, uma situação paradoxal.
As observações de Alberto Demba Turé foram feitas durante a cerimónia de abertura de formação nacional sobre o sistema alimentar, organizada Sistema das Nações Unidas no país, em parceria com o Ministério da Agricultura.
Ao presidir o ato, o ministro do Turismo e Artesanato, em representação da ministra da Agricultura, considerou essa formação de suma importância para a Guiné-Bissau, na medida em que constitui a base para o lançamento da iniciativa sobre a transformação do sistema alimentar.
O governante disse que essa iniciativa é essencial para o alcance dos Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, principalmente, na redução da pobreza, insegurança alimentar e nutricional entre as comunidades mais vulneráveis.
“A ação é oportuna, de forma que vai permitir ao nosso país seguir o curso de outros países”, disse.
Turé lembrou que a transformação de sistemas alimentares foi lançada desde 2021 pelas Nações Unidas e muitos outros países africanos já se empenharam em desenvolver seu quadro de transformação do sistema.
Esse responsável explicou que as excelentes condições de que o país dispõe, permitem alimentar toda a população e exportar excedentes agrícolas, situação que, segundo ele, deve levar os guineenses a uma reflexão e análises de abordagens, com vista a mudar o paradigma,
Apelou aos formandos a aproveitarem o máximo, porque vão ser elementos chaves nesse processo, rumo à implementação dos sistemas alimentares no país. “Os resultados que serão alcançados no final dessa formação servirão de subsídios para o fórum de transformação dos sistemas alimentares”.
Fazer face aos desafios
Por sua vez, a coordenadora residente o Sistema das Nações Unidas disse que a transformação do sistema agroalimentar é uma matéria importante para todos os países, sobretudo aqueles em desenvolvimento.
Genivieve Boutin sublinhou que a Guiné-Bissau tem uma risca história agrícola, mas que está a degradar paulatinamente nesses últimos anos, devido à falta de investimento, deixando uma grande parte da população em pobreza persistente.
Boutin afirmou que o país tem que fazer face a um desafio importante, que é alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Durável, particularmente no domínio de pobreza, nutrição, segurança alimentar, educação e da igualdade de género.
Disse que há uma atenção crescente para a transformação agroalimentar por todo o sistema da ONU e nos Estados-membros, o que implica um intercâmbio de diferentes componentes do sistema alimentar mundial e nacionais para encontrar alimentos nutritivos acessíveis a todos.
Citando as Nações Unidas, acrescentou que desde 2021, mais de 100 países estão fortemente empenhados em transformar os seus sistemas alimentares, por reconhecer a importância de uma alimentação sã, para prevenir toda a forma de má nutrição, apoiando o crescimento e o desenvolvimento durável.
Julciano Baldé