Os ministros dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reuniram esta sexta-feira, 14 de junho, em Bissau, a sua 4ª Reunião da Comissão Ministerial de Coordenação do Projeto do Cabo Submarino Amílcar Cabral.
Ao presidir o ato da abertura, o ministro dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital afirmou que as comunicações desempenham um papel fundamental no contexto da cooperação internacional, sendo uma ferramenta poderosa que permite encurtar distâncias, conetar pessoas e promover o intercâmbio de ideias, conhecimento e cultura de forma ágil e eficiente, constituindo um dos pilares da CEDEAO.
De acordo com José Carlos Esteves, é um desafio que tem de ser encarado de dentro para fora, na medida em que não podemos esquecer do imperativo de alargar a cobertura de rede para atingir as zonas mais remotas e garantir o acesso aos serviços de telecomunicações a todos os cidadãos, dos países da sub-região e todo o continente africano.
“Nesse sentido, o projeto de amarração ao cabo submarino Amílcar Cabral foi desde a primeira hora alvo do interesse prioritário do Governo da Guiné- Bissau, na medida em que, insere-se nas reformas do setor, em termos de reforço das infraestruturas digitais e imediatamente identificou as potencialidades de permitir uma redundância ao Cabo Amílcar Cabral”.
Segundo Esteves, as obrigações não podem parar por aqui, é necessário dar um passo rumo a transformação digital e colocar à disposição dos cidadãos e empresas de serviços públicos digitais infraestruturas de desenvolvimento, atividades a nível da escala mundial.
No entender do governante, para sermos bem-sucedidos neste desafio, em primeiro lugar, é necessário uma mudança de paradigma de governação, passando de uma governação interna, para uma governação digital universal.
José Carlos Esteves disse que a transformação digital visando a integração ao mundo global, pode ser vista como um ponto de partida para o processo de transformação digital interna, na medida em que os próprios governos agrupados comunitariamente é que conduziram essa “revolução digital”.
Disse que a nível sub-regional, tanto pela UEMOA, como pela CEDEAO, assistimos a várias iniciativas com vista ao estabelecimento da economia de digital, dos países e consequentemente da sub-região e continente africano, o que demonstra a capital importância do tema.
Igualmente, assegurou que a transformação digital é um dos eixos das prioridades do Governo da Guiné-Bissau que tem contado com o importante apoio do Banco Mundial, na materialização desta iniciativa como o programa WARDIP (West African Regional Development Integration Program), tendo frisado que este desafio de estabelecimento da economia digital na Guiné-Bissau requer uma coordenação transversal entre os atores internos, parceiros bi e multilateral.
Fulgêncio Mendes Borges