O comissário e encarregado do Departamento de Desenvolvimento Humano na União Económica e Monetário Oeste Africana (UEMOA) afirmou que uma das formas de contribuir para a Guiné-Bissau, é alavancar o seu sistema educativo, porque sem o mesmo o país não vai a lado nenhum, afirmando que não há único Estado da sub-região que reconhece diplomas da Guiné-Bissau.
Mamadu Serfo Jaquité fez essa afirmação ao Nô Pintcha após o ato de lançamento oficial do processo de autoavaliação da Universidade Amílcar Cabral, no cumprimento de uma das recomendações da UEMOA.
Aquele responsável do Departamento de Desenvolvimento Humano na União Económica e Monetário Oeste Africana Humano da UEMOA anunciou a vinda a Bissau, em junho próximo, de uma organização internacional chamada Conselho Africano e Malgaxe para o Ensino Superior (CAMES), para discutir com as autoridades nacionais, sobre os diplomas emitidos na Guiné-Bissau.
Disse que é essa instituição que certifica todos os diplomas a nível da África e, a partir dessa missão, esses documentos produzidos no país, passarão a ter a aprovação do CAMES.
“Porque nós da UEMOA falamos da livre circulação das pessoas e bens, falamos das instalações dos profissionais, só a título de exemplo, um médico do Senegal tem o direito de se instalar na Guiné-Bissau, porque tem a certificação, segundo as normas da União Económica Monetário Oeste Africana, que lhe permite isso”, disse.
Adiantou ainda que, quando um quadro guineense quer ir abrir uma clínica no Senegal, ninguém vai autorizá-lo, porque o seu diploma não é certificado.
“Portanto, conhecendo toda essa panóplia, porque eu também sou responsável dessa organização monetária e tenho a consciência de que as coisas não andam devidamente e, tendo essa oportunidade, achei que devo contribuir é essa contribuição que estou a tentar dar e estamos num bom caminho, no sentido de fazer uma reformulação de tudo quanto seja o ensino superior na Guiné-Bissau”.
Mamadu Serifo Jaquité disse que a sua organização já tem os diagnósticos feitos e a autoavaliação está feita. Prometeu que brevemente o departamento que dirige na UEMOA vai ter relatório pronto, e sentar-se-á com as autoridades nacionais ligadas ao ensino superior e com o Primeiro-ministro, a apresentar propostas concretas.
Na sua opinião, o Governo tem que engajar, se quer mudar esse paradigma de desenvolvimento, porque quando a massa cinzenta nacional não tem critérios de competitividade, é difícil.
Nesse sentido, o comissário e encarregado do Departamento Humano na UEMOA lembrou que quando chegou à União Económica Monetário Oeste Africana havia três quadros guineenses e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, tinha três ou quatro quadros da Guiné-Bissau. “Também, ser formos ver no Banco da África de Desenvolvimento (BAD), terá um ou dois quadros nacionais, assim como em outras organizações internacionais”.
Serifo Jaquité questionou se os guineenses são proibidos de entrar nessas organizações ou se não participam nesses concursos, tendo ele mesmo tido uma resposta duvidosa. “Mas o primeiro critério, é que quando pegam nos dossiês dos guineenses que participam nesses concursos, veem que o diploma não está chancelado por CAMES, e eliminam logo à partida”, explicou.
Fulgêncio Mendes Borges