A comemoração de 8 de Março deste ano terá uma grande surpresa para as mulheres da Região de Gabu, particularmente para as vendeiras de leite. Tudo porque, a governadora Elisa Tavares Pinto vai aproveitar a ocasião para proceder ao lançamento do projeto de construção do mercado de leite.
Aliás, a reportagem do Nô Pintcha, que esteve no último fim-de-semana na região, apurou junto da Administração regional que as obras da construção da referida infraestrutura já arrancaram, com o financiamento do PNUD – Programa das Nações Unida para o Desenvolvimento, no valor de 11.835.000 francos CFA, mobilizados pela governadora.
Contactada pelo repórter de Nô Pintcha, Elisa Tavares disse que a iniciativa enquadra-se no âmbito de apoio ao empoderamento económico das mulheres da região e, particularmente, na minimização do sofrimento das vendeiras de leite que deambulam pelas ruas da cidade com enormes riscos à saúde pública, devido às más condições higiénicas em que vendem o leite exposto à poeira, entre outras situações de saneamento.
De acordo com a governadora, a ideia de construção do referido mercado visa proporcionar as vendedeiras de leite condições de trabalho e reduzir os riscos de contaminação do leite e seus derivados.
Elisa Tavares Pinto anunciou, igualmente, a construção de um forno moderno para as mulheres vendeiras de bolo, também orçado em 832.000 Francos CFA. A iniciativa visa reforçar o empoderamento das mulheres, enquanto franja social importante que ocupa do mercado informal e muitas delas responsáveis de família.
A governadora tem ainda em carteira o projeto de construção de um mercado de legumes em Gabu, como forma de descongestionar o mercado central da cidade “bastante superlotado, cujos utentes correm risco de vida, sobretudo aqueles que vendem no passeio, devido à circulação de viaturas e motorizadas, misturada com bicicletas e peões.
Projeto Nô Cidade I Nó Futuro
Ainda em Gabu vai iniciar o projeto Nô Cidade I Nó Futuro, financiado pelo fundo de estabilização da CEDEAO. O projeto é implementado pelo AIMVF- Instituto Marquês de Valle Flor de Portugal, cujo objetivo é melhoria de condições infraestruturais e sociais. De igual modo, a mesma iniciativa foi feita em Bafatá no dia seguinte.
O projeto com duração de 28 meses, intervirá nas regiões de Gabu, Bafatá, Cacheu, Oio e Bolama-Bijagós.
Na Região de Gabu, segundo informações avançadas, o projeto prevê intervir na cidade de Gabu e no setor de Pintche. Entre as ações previstas, constam a ampliação da enfermaria do Hospital Regional de Gabu, através de realização de obras de raiz do edifício, que será elevado a piso, melhoria de infraestruturas de abastecimento da água potável, através de alargamento da rede de distribuição para mais bairros da cidade, reforçando a disponibilidade da água aos citadinos, reforço da capacidade institucional da administração regional, através de fornecimento de equipamentos atualizados, formação dos técnicos da administração e reforço da boa governação.
De acordo com a conversa tida com a governadora sobre esse e mais outros projetos em carteira, Elisa Tavares Pinto sublinhou que para a sustentabilidade perene do projeto, foi adotada uma estratégia de envolvimento de operários locais, através de formação de jovens vocacionados em domínios de construção civil, serralheira, eletricidade, canalização, carpintaria, visando o reforço das capacidades locais.
“Também, o projeto vai adquirir materiais locais junto aos comerciantes, como estratégia de perenizar o projeto”.
Situação da água potável
De acordo com as constatações, atualmente o abastecimento em água potável na cidade de Gabu, gerido pelo ENAFUR, é bastante limitado, aliás, apenas cobre algumas zonas de centro da cidade, deixando muitos residentes sem acesso a esse precioso líquido.
Esta situação obriga os citadinos a fazerem recurso à água dos poços tradicionais, pouco apropriados para o consumo humano.
Segundo a governadora, com a implementação desse projeto, mais de setenta por cento de citadinos irão usufruir da água potável, bem como melhoria de infraestruturas sociais, emprego jovem e saúde pública.
A governadora falou de outros projetos em vias de execução. Tratam-se dos projetos de urbanização sustentável, seguros e inclusivo, denominado Nô misti dizinvolvimento local e de Gestão dos Recursos naturais da Bacia Hidrografica Koliba-Corrubal, este último já lançado em 27 de fevereiro findo e executado pelo ONU-Habitat.
Ações de Djumbai
Outras ações em curso na região dizem respeito aos encontros de djumbai de kumpu combersa, em cumprimento das recomendações saídas do primeiro fórum regional de concertação e de diálogo social sobre a problemática de roubo de gado na Região de Gabu.
É nesta perspetiva que se realizaram um encontro de djumbai em Pirada e outro em Pitche, promovidos pela Associação de Criadores em estreita coordenação com a administração regional.
Este ciclo de djumbais, segundo a governadora, culminará, dia 8 de março, com a realização do ateliê, que será promovido pela administração regional, uma iniciativa conjunta com o PNUD, para a elaboração do Plano de Ação em cumprimento das recomendações saídas do primeiro fórum regional.
Djuldé Djaló