O ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, afirmou que a atividade económica desacelerou, devido à deterioração de troca, motivada pelo aumento acentuado do preço de importação em relação ao incremento do preço de exportação da castanha de caju, como também pela forte diminuição do volume exportado.
A observação do governante foi feita na abertura da jornada de divulgação de contas externas do país, realizada pelo Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), no dia 6 do mês correntes, num dos hotéis da capital.
No seu discurso, Ilídio Vieira Té disse que país registou uma considerável redução do investimento privado, o que provocou uma queda no crescimento do PIB que se situava em 4,2% em 2022, contra 6,1% registado no ano anterior. “A inflação média anual atingiu 7,9% em 2022, comparativamente aos 3,3% do ano transato”, salientou.
Segundo o ministro, a economia nacional mantém a sua dependência à produção e exportação da castanha de caju, tornando-se vulnerável e mais suscetível a choques externos, como tem ocorrido nos últimos anos. Neste sentido, é imperativo que o país inverta a trajetória, promovendo mudança de paradigma face ao status quo prevalecente.
Por outro lado, disse que torna-se indispensável traduzir na prática a necessidade de diversificação da nossa pauta de exportação, contribuindo para o reforço do crescimento económico e a melhoria da pressão fiscal.
De acordo com o ministro das Finanças, não obstante a conjuntura interna difícil em 2023, as estimativas apontam para um crescimento do PIB real na ordem de 4,2%, podendo alcançar 5,7% em 2024. “Da mesma forma, as projeções a médio prazo são favoráveis, considerando as perspetivas do investimento público em grandes projetos, apesar das incertezas no cenário económico internacional.
Por sua vez, a Diretora Nacional do BCEAO, Zenaida Maria Lopes Cassamá, aconselhou ao Governo, no sentido de investir mais no setor agrário, de modo a permitir que o consumo interno do arroz atinja pelo menos dez por cento.
Aquela responsável mostrou que o país tem registado um forte aumento do défice da conta de transações correntes em decorrência do forte aumento das importações e diminuição das exportações.
“A balança comercial contínua dependente da exportação da castanha de caju, também é notório a fraca contribuição dos setores da pesca e do turismo na balança de transações correntes e, por fim, o aumento significativo de receitas não repatriadas no quadro de exportação da castanha de caju”, detalhou.
Entretanto, recomenda-se a criação de espaço de sensibilização dos operadores económicos, no sentido de repatriar a totalidade das receitas de exportação, conforme indica o regulamento, prosseguir com o melhoramento do ambiente de negócio para atrair mais investimento externo e a promoção de financiamento para o investimento mais produtivo.
Alfredo Saminanco