Decorre em Bissau, entre hoje e amanhã, a quarta sessão do Comité Diretivo do projeto de “Gestão das florestas de mangais do Senegal ao Benim”, com o objetivo de reportar o estado da sua implementação, bem como o planeamento operacional e orçamental para 2024.
Ao presidir à abertura do encontro, a diretora-geral do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP) afirmou que o desafio prioritário para a Guiné-Bissau é preservar o ecossistema do mangal (tarrafe) e reforçar a resiliência das comunidades face às alterações climáticas.
Aissa Regalla disse que esse modelo de projetos permite não só reforçar parcerias entre os países, mas também partilhar experiências em termos de proteção e governação do ecossistema do mangal.
Lembrou que o sistema nacional das áreas protegidas cobre mais de 26 por cento do território guineense e um dos principais ecossistemas é o mangal, que tem alta produtividade, o que levou à criação do Parque Nacional dos Tarrafes de Cacheu.
Fez saber que, para coordenar e harmonizar diferentes ações levadas a cabo nos últimos anos, o país decidiu criar uma plataforma denominada “Planta”, contendo eixos estratégicos, nomeadamente as componentes de restauração de mangal, sistema de informação geográfica, sensibilização e a elaboração da lei do mangal.
Regalla elegeu as comunidades locais como sendo elementos essenciais no setor, pelo que devem ser implicadas em todas as fases e trabalhos para permitir a apropriação daquele ecossistema, assim como entender o seu papel também.
Novos financiamentos
O embaixador da União Europeia, organismo que gere o projeto, declarou que o momento é particularmente oportuno para proceder ao primeiro balanço das ações em prol dos mangais e das populações costeiras da África Ocidental.
Na opinião de Artis Bertulis, projetos como “Gestão das florestas de mangais do Senegal ao Benim” (também conhecido como PAPBio), fazem parte de uma solução global que se compromete a alcançar resultados “tangíveis, duradouros e sustentáveis”.
Disse que é um orgulho a UE poder cooperar com a Guiné-Bissau na conservação dos ecossistemas de mangal, investindo mais de 20 milhões de euros em projetos de agricultura familiar de arroz, de mangal e no fortalecimento das capacidades do IBAP.
O diplomata considera que o país é caraterizado por uma “biodiversidade extraordinária”, mas que, no entanto, permanece “extremamente frágil” e enfrenta vários desafios derivados das alterações climáticas.
Bertulis aproveitou o ensejo para anunciar a aprovação de um novo financiamento europeu para dois projetos distintos: programa regional de “Oceanos Sustentáveis na África Ocidental”, com montante de 59 milhões de euros (abrangerá áreas como pesca sustentável, economia azul e conservação dos ecossistemas marinhos e costeiros); programa “Economia Verde e Inclusiva”, que conta com custo total de 42 milhões de euros, destinado a promover atividades económicas sustentáveis no país.
Ibraima Sori Baldé