Ministério da Administração Territorial: Fator de entrave ao desenvolvimento local

A política do Ministério da Administração Territorial e Poder Local na gestão de recursos financeiros coletados nas administrações setoriais e regionais está a contribuir na degradação das infraestruturas e no retrocesso no processo de desenvolvimento local.

Em entrevista ao jornal Nô Pintcha, o administrador de Setor de Prabis, Lamine Indi, disse que as receitas coletadas no setor são repartidas, e só trinta por cento que fica para o fundo de maneio, um valor que “não chega mesmo para pagar salário de funcionários”.

Na opinião do administrador, se governo não atribui um bolo no Orçamento Geral de Estado para as administrações locais, convém deixar cada uma gerir seus fundos, “porque só assim que, de facto, os setores podem respirar de alívio”.

“O que me deixa triste é que no cem por cento das receitas coletadas, só ficamos com trinta e sete, que é como uma gota de água no oceano, devidos aos problemas que o setor se depara. Queremos reabilitar e ampliar o mercado, fazer trabalho de canalização de água potável para hospital e mercado, mas com esse dinheiro será impossível”, lamentou. Perante essa realidade, acrescentou, as pessoas andam a criticar, dizendo que o administrador não tem feito nada em prol do setor.

Segundo Lamine Indi, as receitas do setor avariam entre dois a três milhões mensais. “Fazendo divisão desse montante, de acordo com o critério estabelecido, praticamente o setor não fica com nada”.

“Imagine com os trinta sete porcento, como é que podemos resolver os problemas de saúde, de educação, de segurança e até de dar assistência à comunidade na organização de vários eventos, como toca-choros, casamentos, campeonatos de defeso, trabalho de fecho de bolanhas e disputa de posse de terra, sem falar de grandes obras”, questionou aquele responsável.

Segundo suas palavras, queremos fazer mas não temos meios, por isso meu apelo vai ao governo central, no sentido de deixar os setores gerir suas receitas e depois exigir resultados.

Mercado

Sobre o mercado, o administrador lembra que quando foi nomeado encontrou esse estabelecimento num estado deplorável. Foi então que decidiu mobilizar recursos para a construção de casas de banho, melhoramento da cobertura, tendo em projeto a ampliação do espaço.

Segundo ele, a ideia de amplificar o mercado tem a ver com o aumento demográfico naquela zona.

Em relação à saúde, o administrador afirmou que o único centro de saúde não dispõe de médico, e só funciona com enfermeiro e duas parteiras, situação que considerou de grave. Por outro lado, lembrou que o centro não tem luz elétrica nem ambulância.

No que diz respeito à educação, Lamine Indi disse que a situação é bastante diferente, na medida em que conseguiram reabilitar uma escola histórica, construída na época colonial.

Sobre segurança, Indi declara que a situação é ainda pior, com a esquadra abanda, sem motorizadas e camas para os agentes. “Polícias Prabis vivem nas péssimas condições, dormindo nas esteiras expondo-se aos mosquitos”.

Alfredo Saminanco

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