As celebrações do Dia das Forças Armadas associado aos festejos do 50º aniversário da independência foram marcadas com a presença de altas personalidades dos países amigos da Guiné-Bissau, entre os quais, nove chefes de Estado, dois vice-presidentes da república, quatro Primeiros-ministros, entre outros dirigentes dos países convidados.
Os presidentes da república presentes na cerimónia são Marcelo Rebelo de Sousa de Portugal, Dennis Sassou N’Guesso da República do Congo, Bola Tinubu da República Federativa da Nigéria, Azaali Assoumani da União dos Comores, Adama Barrow da República da Gâmbia, Brice Clotaire O. Enguema, Presidente de Transição da República de Gabão, Kembo D.C. Mohadi da República de Zimbabué, Francisco Pascoal Obama Asue da República da Guiné Equatorial, Julius Maada Bio da República da Serra Leoa.
Além de Chefes de Estados, também alguns países fizeram representar através de vice-presidentes, nomeadamente Salvador Valdez de Cuba e Tiemoko Meyliet Koné de Côte d’Ivoire.
Igualmente, estiveram presentes os primeiros-ministros de Portugal, de Cabo Verde, de São Tomé e Principe e do Quénia, respetivamente António Costa, Ulisses Coreia, Patrice Trovoada e Wycliffe M. Mudavadi.
Sobre esse evento, o Nô Pintcha registou opiniões de algumas personalidades políticas.
Para José Carlos Macedo, deputado do Madem-G15, as forças armadas têm desempenhado um bom papel. “Primeiro, lutaram para libertar o país da dominação colonial e agora estão na linha de frente na consolidação da democracia”.
Por isso, considerou de positivo o desempenho das forças armadas, lembrando que foi a primeira vez, desde abertura democrática, que um Presidente da República conseguiu concluir o mandato, neste caso José Mário Vaz, e espera-se que o General Umaro Sissoco Embaló tenha a mesma sorte.
Por seu lado, Califa Seide, vice-presidente do PAIGC, disse que o país celebra os 50 anos das Forças Armadas, num período marcado com maus e bons momentos, situação que considera de normal em qualquer percurso.
Garantiu que com execução do Programa do Governo, aprovado ontem na ANP, as forças armadas conhecerão dias melhores.
Por sua vez, a vice-presidente do PRS, Fatumata Rachid Nhaga, disse que os militares têm vindo a desempenhar um papel fundamental na garantia de paz e estabilidade, pilares imprescindíveis para o desenvolvimento do país.
Para Lesmes Monteiro, do Partido Luz, nesses últimos anos, as forças armadas tiveram um comportamento republicano, graças à liderança forte de General Biaguê Na N`tan.
O ex-Primeiro-ministro e presidente da Frepasna, Baciro Djá, reconheceu que há um esforço que está a ser levado a cabo pelo chefe de Estado-Maior General das FA para as transformar l em forças verdadeiramente republicanas.
Enquanto isso, alguns cidadãos deixaram as suas impressões sobre o desempenho das Forças Armadas.
Dauda Sanó
A apreciação que faço sobre comportamento dos nossos militares é positiva, porque a Constituição da República balizou sobre qual deve ser o seu papel. No entanto, devem submeter-se ao poder político e respeitar as leis.
Na minha modesta opinião, a única classe que tem criado problemas neste país são os políticos e não os militares, como inicialmente se pensava.
Amadu Embaló
Avaliação que faço em relação às nossas forças armadas, realmente, é positiva, porque houve uma grande mudança de comportamento nestes últimos anos.
Hoje, as Forças Armadas da Guiné-Bissau são vistas como republicanas, devido aos trabalhos que o chefe de Estado-Maior General tem vindo a desenvolver, quer a nível da organização, assim como na capacitação e formação dos seus efetivos.
Mariska Boudahir Pontes
Como jornalista, posso dizer que o comportamento das nossas forças de defesa é calmo e ponderado, na medida em que sou daqueles que testemunharam a guerra de 7 de junho de 1998, e sei que algo mudou em relação aos anos atrás.
Acho que, atualmente, estão sendo apetrechadas com conhecimentos, facto que tem contribuído na mudança da sua conduta. Perante esta situação, posso concluir que as Forças Armadas têm assumido um comportamento republicano, porque agora estão focalizadas no cumprimento do seu papel, sem interferência nos assuntos políticos.
Alfredo Saminanco, Fulgêncio Mendes Borges e Cadidjatu Bá (estagiária)