A Direção da Câmara do Comercio, Industria, Agricultura e Serviços (CCIAS) discorda com o despacho do ministro do Comércio, que criou uma comissão ad-hoc, com o objetivo de reunir as partes desavindas para encontrar uma solução que permita a realização da assembleia-geral para eleição de corpos sociais.
Sobre o assunto, a CCIAS solicitou a intervenção do Presidente da República, no sentido de criar pontes com o governo, a fim de extinguir a referida comissão, permitindo assim a Direção e a Mesa da Assembleia-Geral (órgãos em litígio) a sentarem-se à mesa para a busca de soluções.
Em entrevista ao Nô Pintcha, o secretário-geral da CCIAS, Saliu Bá, disse que a intervenção do Chefe de Estado foi bom, porque permitiu a sua organização e o executivo chegarem a um entendimento, onde o ministro do Comércio recuou da posição, anulando o despacho.
Segundo sua explicação, não estão contra a mediação do Ministério do Comércio, mas o ponto de discórdia foi a criação de comissão ad-hoc, fora de “nariz” da câmara. Permitiu, no entanto, que a partir de agora vão continuar a trabalhar com o governo na busca de entendimento.
Referindo-se à mediação do Presidente da República, Saliu Bá revelou que a solução passaria pelo diálogo, a forma mais sensata para ultrapassar o diferendo, porque a CCIAS é um órgão independente.
Aquele responsável afirmou que a direção da câmara está interessada em realizar eleições, “aliás, no ano passado tínhamos marcado uma assembleia geral para apresentar o relatório de atividades e de contas de oito anos, o que viria a ser cancelado, devido um providência cautelar interposta pelo presidente da mesa da assembleia-geral”.
Também, este ano, foi de novo marcada uma reunião de assembleia-geral, novamente foi interrompida por mesma pessoa. De acordo com os argumentos de Saliu Bá, em cada ano a mesa de assembleia-geral tem por obrigação de realizar duas reuniões sem contar com as extraordinárias, mas essa pessoa nunca chegou de convocar uma única reunião.
Mediante essa situação, disse ele, o presidente da mesa deve ser o primeiro a viabilizar a realização desse encontro magno da organização e não o contrário, tal como está a fazer agora. “Portanto, seja como for vamos criar mecanismo, com vista a encontrar solução ao problema.
Na sua opinião, a resolução desse diferendo via tribunal não é bom para a CCIAS, além de morosidade, também tem o seu reflexo negativo na imagem da organização, pelo que tudo vai-se fazer para convencer a parte contestatária.
Saliu Bá disse que em caso persistir a contenda, o país vai perder muito, porque no próximo ano a Guiné-Bissau vai assumir a presidência da Câmara Consular da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA).
“Todas as partes presentes na reunião prometeram colaborar na busca de solução. Então nós como interessados também contamos com o apoio de todos, porque só assim poderemos reencontrar os nossos irmãos de outro lado”, sublinhou.
Sobre o mesmo assunto, o Nô Pintcha tentou, sem sucesso, contactar o Ministério do Comércio. Mas, segundo uma fonte ligada a essa instituição, o Governo já não vai participar em qualquer tipo de negociação na CCIAS, porque a sua proposta de solução foi contestada.
Alfredo Saminanco