Domingos Simões Pereira procedeu, no dia 20 de outubro, em Farim, ao lançamento da II edição do seu livro de romance intitulado “Kumus” com duas personagens: Homem e Cambanó “A ponte até nós mesmos, histórias e sonhos em duas vidas paralelas”.
O objetivo do livro é de falar das pessoas de referência que cruzaram seu caminho, incluindo o seu pai. O lançamento da II edição do livro coincidiu com o aniversário do autor, o evento foi presidido pelo próprio escritor.
Durante a cerimónia, o autor do romance, na sua intervenção, declarou que o referido livro é dedicado às famílias, país e irmãos de Kumus Dindin Bancó.
Domingos Simões Pereira considerou que escrever um livro é fixar memórias e pensamentos das pessoas que marcam as vidas, capazes de te ensinar sem ter noção, no momento, de que está sendo ensinado.
Pereira realçou que, cada vez que se sente transbordado pensa mais na sua terra natal, portanto, qualquer pessoa que decide escrever um livro é porque tem uma mensagem, podendo ser da época, lugares ou acontecimentos que marcaram o próprio escritor.
Disse que decidiu escrever o romance com a intenção de homenagear os heróis de Kumus que o ensinaram muitas coisas, também é a forma de se manifestar o seu arrependimento por não ter valorizado àqueles grandes homens.
“Eu era apenas uma criança inocente naquela época. Por isso, em algum momento se sentiu a necessidade de voltar atrás para inspirar nesses homens como forma de se desculpar com eles ou às suas memórias. Referindo ao conteúdo do livro, direcionou mensagem a todos enquanto guineenses.
Acreditou que referiu duas personagens importantes no livro, Homem e Cambanó, o romance demostra que não existe a diferença entre os guineenses e essas duas personagens dialogaram sempre no livro mesmo estando longe um do outro. O verdadeiro diálogo foi quando reencontraram e decidiram que tinham que esquecer tudo que lhes separavam e pensarem no que podia uni-los, que neste caso, é o amor a sua terra e a determinação de juntarem às suas capacidades para construir kumus que tanto amam.
DSP, como é também vulgar pelas iniciais do seu nome entre os guineenses, defendeu que o referido romance tem uma mensagem forte de esperança, de confiança mas também é um compromisso porque se juntarem e trabalharem de uma forma a fincada, com certeza, terão resultados orgulhosos.
Igualmente sustentou que era necessário escrever a história de kumus antes de fazer uma outra obra mais séria e científica, permitindo que as pessoas possam conhecer o seu verdadeiro caráter e intenção, prometendo ainda escrever mais livros de diferentes naturezas.
Realidade etnográfica e multicultural
Por seu turno, o secretário de Estado da Comunicação Social e apresentador da obra kumus naquele evento, começou por felicitar Domingos Simões pereira por completar mais um ano de vida no dia 20 de outubro.
Muniro Conté declamou que o evento tem mista esfericidade e singularidade por ter sido, pela primeira vez que se procede ao lançamento de uma obra literária naquela cidade centenária.
“Neste dia importante, como farineense, não podia deixar de agradecer o meu irmão Domingos Simões Pereira, por este gesto de solidariedade ou ate mesmo de ter ousado trazer à Farim este evento, pois, a iniciativa ressuscitou a atenção e o interesse da nossa terra que quase caia no esquecimento devido a essa conjuntura que mais assemelha uma maldição que não nos tem largado”, disse.
Segundo Muniro Conté, o engenheiro escritor projetou em contos, romances e histórias á realidade de um país, que é a Guiné-Bissau. Para Conté esse livro trouxe também àquele Farim de InfaliTuré, que naquela época eram crianças ou adolescentes.
O secretário de Estado disse que a obra Kumus tem uma realidade etnográfica e multicultural entre espaço e tempos históricos e se rimam numa lição de aprendizagem em adaptações dos ambientes adversos, narrada em personagens como Sintchã Sané, Cambanó Bá entre outros heróis da obra kumus.
“As personagens centrais são homens de Kumus, onde o autor caracterizou no livro uma parte de aprendizagem como “barraca de fanado”, dando expressão ao aspeto de saber e aprendizagem como partes fundamentais da nossa existência assim como a nossa identidade”, sublinhou Conté.
O apresentador do romance sublinhou que a obra terminou com o repto à união na diversidade, projetando como personagem central o homem filho de banhus, balanta e manjaco que se revê como mandinga por ter sido criado e crescido no seio dessa comunidade.
Afinal, apesar das nossas confissões ou crenças, há um cordão que une os guineenses ou discípulos de Cabral na postulação da unidade nacional, concluiu.
De salientar que o autor do livro Kumus é atualmente o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) e do PAIGC, Domingos Simões Pereira.
Cadidjatu Bá (estagiária)