Esses exercícios foram organizados pelo Estado-Maior da Marinha de Guerra Nacional, em parceria com a Marinha portuguesa, no âmbito da cooperação, visando capacitar os fuzileiros nacionais para que possam cumprir com a sua missão plasmada na lei do país – defender a integridade territorial.
A simulação feita em Suru retrata uma história não real, onde um grupo de traficantes de drogas instalado nessa localidade, que viria a ser desmantelado pelos fuzileiros, força especial de elite da Marinha de Guerra Nacional.
Entretanto, a história começou com problemas sociais e económicas que surgiram no Setor de Prabis, o que levou com que as autoridades de locais perdessem controlo do território.
Um homem chamado N´Loquisif aproveitou-se da ocasião e criou um bando armado composto por seis elementos, com a missão de proteger os traficantes de droga do grupo chamado Cul Na M´Bolé. Esse conjunto construiu 24 portos clandestinos nos arredores desse setor, para facilita o escoamento de estupefacientes a partir dessa localidade.
O episódio conta ainda que a autoridade local, preocupado com a situação vivida na zona, informou ao Governo Central sobre o caso e este por sua vez, enviou para aquela zona três agentes da Segurança de Estado para investigar o caso, tendo dois deles disfarçado como pescadores e um como vendedor ambulante.
No dia 20 do corrente mês, os agentes detetaram a descarga de droga pertencente ao grupo Cul Na M´Bolé, num total de 300 quilogramas, proveniente da América do Sul.
A droga foi transportada para a residência clandestina do grupo de N´Loquisif, que fica situada a três quilómetros de porto de Suru. Os agentes de segurança de Estado deram informação ao Governo Central da ocorrência.
Assim, o Governo informou o Comandante Supremo das Forças Armadas, através do Ministério da Defesa Nacional, e ordenou ao chefe de Estado-maior General para perseguir e aprender o chefe do grupo dos bandos e os seus colaboradores.
Por sua vez, o chefe dos militares ordenou o Estado-maior da Marinha de Guerra Nacional para desmantelar esse grupo de mafiosos armados.
Ofensiva dos fuzileiros
No cumprimento da sua missão, uma força de Fuzileiros Navais, altamente armados, composta por 16 soldados, comandados por Quintino Na Mbundé e o seu adjunto João Batu, partiram em quatro vedetas, e desembarcaram ao largo do Suru, tendo-se dividido em dois grupos: um ao centro e outro no flanco esquerdo.
Esses guerrilheiros de mar e terra marcharam três quilómetros pelas matas e bolanhas, em direção a base dos traficantes. Naquele momento, os elementos do grupo dos bandidos, estavam numa festa do aniversário do chefe do grupo, com comes, bebes, dançando e consumir droga.
Quando a força dos fuzileiros chegou a alguns metros da base dos bandos, lançaram duas granadas de fumo no interior da base e os traficantes tentaram resistir, mas acabaram por ser presos e encaminhados para Bissau e os reféns civis foram libertados.
No final do exercício, o chefe de Estado-maior da Armada, o contra-almirante Hélder Nhanque, disse à imprensa que o Prabis foi escolhido para esse treino, porque essa localidade reúne condições para tal, lembrando que é uma zona que os fuzileiros costumavam realizar esse tipo de exercício militar.
“É preciso habituar-se esse tipo de sacrifício, para que quando chegar o momento real de ação, possamos enfrentar a realidade sem dificuldades”, disse o responsável máximo da Armada.
De salientar, a força dos Fuzileiros Navais foi formado por Amílcar Cabral em 12 de setembro de 1969, na antiga União Soviética, na Cidade de Potchi, onde se encontravam 166 estudantes guineenses, e desse grupo mandou retirar 76 elementos para a formação no âmbito dos Fuzileiros Navais.
Fulgêncio Mendes Borges