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Administração de Mansoa empenhada na implementação de projetos sociais

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A administração do Setor de Mansoa está empenhada na elaboração de projetos para a melhoria de vida da população e de infraestruturas da cidade, tendo planeado, para este ano, a reabilitação dos edifícios públicos, reabertura de ruas, conceção de um plano urbanístico e melhoria de condições do mercado local.

Falando da iniciativa, o administrador do setor, Fernando Ialá, disse que a orientação do governo sobre espaço de realização de lumus (feiras-populares) coincide com o seu projeto, que é identificação de novos espaços para essa atividade comercial.

Segundo ele, em Mansoa já conseguiram um novo espaço para a realização de lumu, que vai servir também para aqueles comerciantes que não têm lugar no interior do mercado, por limitação do espaço. 

 “Nos primeiros tempos de mudança para o novo local, houve resistência, situação que viria a ser resolvida, graças à colaboração da população e dos próprios retalhistas, que compreenderam que, afinal, a medida visa garantir sua segurança”, explicou.

Fernando Ialá informou que conseguiram também identificar novos locais de lumu em Gã-Mamudu, Tchalana e Cutia. “Um outro feito importante que vale pena referenciar, foi a construção de novo terminal de transportes mistos. Agora, o centro da cidade começa a ficar livre”.

De seguida, Fernado Ialá já pensa na enumeração de todos os cacifos, de forma a facilitar o controlo. Depois disso, avisou, todos os que situam nos lugares inapropriados serão deslocados para o novo terminal e espaço de lumu.

“Queremos retribuir à cidade a beleza que outrora tinha, por isso, estamos empenhados nos trabalhos de levantamento de todos os cacifos que situam na berma de estrada, que, futuramente, serão deslocados para interior do terminal. As condições de segurança e de higiene já estão assegurados nesses lugares”, garantiu.

Na sua opinião, a construção do novo terminal de transporte vai de certo modo ajudar nos trabalhos da limpeza e no descongestionamento, dando uma outra imagem à cidade, particularmente em termos de saneamento.

Diz terem adotado uma estratégia de limpeza, com a criação de caçambas em todos os bairros, mas mesmo assim, há pessoas que deitam lixo no chão.

No entanto, Fernando Ialá denunciou que há pessoas e organizações que estão a lutar a tudo custo para travar o processo de desenvolvimento do setor, recusando simplesmente a cumprir as suas obrigações de pagar impostos, sem justificar os motivos.

No seu ponto de vista, o desenvolvimento requer a contribuição de todos, sem exceção, pelo que apela à colaboração das organizações que atuam no setor para o cumprimento das suas obrigações, porque para levar avante os projetos que administração tem na manga vai depender muito dos impostos dos contribuintes.

“Temos edifícios públicos que precisam de reabilitação, além de aberturas de novas ruas, entre outros ações. Portanto, sem essa colaboração, vai ser difícil implementar esses projetos. Aliás, como se pode constatar, a maioria de infraestruturas administrativas encontra-se num estado avançada de degradação, incluindo a minha”, lamentou.

Mercado

O mercado central de Mansoa, além de falta de capacidade para albergar todos os comerciantes e pequenos retalhistas, também depara-se com problema de saneamento, nomeadamente casas de banho sem mínimas condições, falta de segurança, entre outros.

Perante esta situação, os utentes exigem o melhoramento de condições dessa infraestrutura, caso contrário poderão abandonar o local a qualquer momento, aliás, como tinham acontecido no passado, onde decidiram encerrar as portas, devido à falta de segurança.

 Falando dessa situação, o presidente da Associação dos Comerciantes do Sector de Mansoa (ACSM), Aladje Danso, disse que já tiveram vários encontros com a administração local, mas até então as preocupações não foram atendidas.

Segundo ele, o mercado foi construído tendo em conta o número da população na altura, mas, atualmente a dinâmica é outra, houve aumento populacional, pelo que é necessário criar equilíbrio, que passa pela construção de novo mercado.

“A densidade é tão grande no mercado, devido à insuficiência do espaço, portanto, trabalhar nessas condições é extremamente difícil. Aliás, foi por esta razão que alguns dos nossos colegas foram ocupar os passeios da estrada principal”, replicou.

Saneamento e urbanização  

O administrador do Setor de Mansoa, Fernando Iala, referiu que recentemente beneficiaram de um projeto de ONU-Habitat, uma agência especializada da ONU dedicada à promoção de cidades mais sociais e ambientalmente sustentáveis, cujo lançamento foi feito no ano passado.

O referido projeto, acrescentou, vai intervir nas áreas do saneamento, urbanização, água canalizada, recuperação de infraestruturas públicas e criação de espaços de lazer.

Para o efeito, pediu à colaboração e a participação massiva de associações de base e jovens nos trabalhos, porque trata-se do projeto que vai tirar Mansoa do isolamento, pelo que é necessário desenvolver uma campanha de sensibilização.

Igualmente, segundo ele, a ONG Ajuda do Povo para Povo (ADPP) tem na menga um projeto que vai intervir nas zonas rurais, sobretudo na promoção de fogão melhorado e na construções de diques para garantir o aumento de produção de arroz.

Disse que enquanto responsável administrativo, vai acompanhar o desenrolar dos trabalhos no terreno, e servir igualmente de veículo multiplicador daquela iniciativa em outras tabancas abrangidas pelo projeto.

No que se refere à água canalizada, disse que Mansoa dispõe de “Mãe de Água” com capacidade de abastecer quase todos os bairros, incluindo a periferia e, neste momento, os citadinos já estão a usufruir desse líquido precioso.

Posse de terra

Relativamente ao conflito de posse de terra, o administrador afirmou que a secção de Gã Mamudu é mais afetada, porque nos últimos anos tem sido a mais procurada para as atividades agrícolas, facto que tem gerado grande concorrência.

Como se trata de problemas recorrentes, adotaram como método de resolução de conflitos, o envolvimento de ocupantes tradicionais, concecionários, comité e as autoridades administrativas. No entanto, a mediação é feita no próprio local, facilitando assim as negociações e a tomada de decisão.

De acordo com aquele responsável, o problema de posse de terra já resultou em mortes naquela zona, por causa de apropriação indevida de terras e venda de único terreno a mais de duas pessoas, mesmo sabendo que não têm condições de explorar o espaço em questão.

Fernando Ialá disse que as causas de conflito estão relacionadas à falta de precisão na delimitação de terrenos por parte de ocupantes tradicionais.

Para o efeito, criou-se uma equipa que está ajudar na delimitação de terrenos, para evitar confrontos e, posteriormente, formalizar a legalização.

Agricultura

Sobre a colheita do ano passado, o administrador do Setor de Mansoa disse que não dispõe de dados para fazer um balanço, mas mesmo assim pode assegurar que a colheita não foi nada boa, devido a vários fatores.

Perante esta situação, segundo suas palavras, a única forma de combater à fome é a exploração dos recursos florestais, nomeadamente a extração de óleo e vinho palma, lenha, caça, entre outros.

De acordo com o administrador, para fazer face à fome no país, o governo deve investir seriamente na agricultura, mecanizando-a, no sentido de aumentar a produção, podendo os excedentes serem comercializados.

“Se conseguimos mecanizar a agricultura, não só vamos combater a fome, mas também a corrupção, uma vez estarem garantidas as necessidades básicas”, afiançou.

O ex-delegado Regional da Agricultura, Sauda Na Calte, comunga da mesma opinião. Segundo ele, apesar de trabalhos que estão a ser desenvolvidos, certas bolanhas são abandonadas por causa de inundação.

Acresce a esta situação, o problema ligado a salinidade e a falta de ordenamento, “aliás, enquanto as bolanhas não forem ornamentadas será difícil falar numa boa produção agrícola”.

Alfredo Saminanco

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