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Falta de materiais e energia elétrica constituem grandes preocupações no hospital de Bafatá

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A falta da energia elétrica, de manómetros, de ambulâncias e insuficiência de técnicos constituem as grandes dificuldades com que se depara o Hospital Regional de Bafatá.

A informação foi avançada pelo enfermeiro-chefe e diretor em exercício daquele centro hospitalar, que conta com 14 áreas e dois postos sanitários, além de cobrir parte das regiões de Gabu, Oio e Quínara, num total de mais de 300 mil habitantes.

Em entrevista ao Nô Pintcha, Nuno Francisco Augusto Pereira revelou que há central que trabalha cerca de 18 horas por dia para conseguir acumular energia destinada às baterias dos painéis.

Outra grande dificuldade, segundo aquele técnico, prende-se com a insuficiência de oxigénio, afirmando que a direção do hospital compra o balão num valor de 15 mil francos cada, mas o mais difícil é o manómetro de oxigénio, porque sem o qual não se pode trabalhar.

A problemática da ambulância é outra dor de cabeça para a instituição. Havia uma em funcionamento, ofertada pelo Alto Comissariado para Covid-19, mas que neste momento encontra-se em Bissau para o efeito de reparação, no âmbito do Projeto RIA (Rede Integrada de Ambulâncias na Guiné-Bissau).

Nuno Pereira disse que devido a “sucessivas greves” no setor de saúde, regista-se queda no funcionamento, provocada pela insuficiência de técnicos, pois o número de profissionais disponíveis é inferior às necessidades dessa unidade hospitalar.

Neste sentido, pede apoio das autoridades competentes e pessoas de boa vontade que possam ajudar o hospital a colmatar tais deficiências.

O técnico fala também da escassez de outros materiais eletromédicas, nomeadamente concentradores, aparelhos de anestesiologia (usados no bloco operatório), de estomatologia, lembrando que a marquesa estragou há muito tempo, e está sem lâmpada e o serviço quase paralisado.    

Igualmente, apelou ao governo, através do Ministério da Energia, no sentido de negociar com a empresa “Baió Djata Eletric”, que distribui luz elétrica em Bafatá, com vista a fornecer corrente ao hospital, contribuindo assim para a sua sobrevivência. Caso contrário, o problema poderá agudizar-se ainda mais. 

“Imagine, se houver um caso de cesariana ou outra operação e, de repente, houver queda do gerador, com certeza, haverá fatalidade”, sublinhou.

No entanto, apelou também às organizações parceiras, tais como o PNUD, o Unicef, a OMS e outros, a apoiarem o hospital em materiais, sobretudo os conservadores de oxigénio, devido à sua natureza de eles próprios serem igualmente produtores de oxigénio.

Pediatria

o diretor interino do hospital disse que a falta de recursos humanos, motivado pela grande vaga de emigração dos técnicos de saúde, em busca de melhores condições de vida, está a dificultar o funcionamento dos serviços de pediatria.

Segundo ele, a pediatria funciona num espaço muito pequeno e que precisa de ampliação, mas questiona: mesmo se for aumentado e não houver técnicos para prestar serviço, do que vai valer?

Ainda nesse serviço, informou que há insuficiência de incubadoras. Existiam três, mas agora só uma está em funcionamento, e as outras duas encontram-se danificadas por causa de um circuito que se verificou naquele departamento há algum tempo. “Em caso de acontecer três ou quatro prematuros de uma só vez, seguramente haverá mortos”.

Aquele responsável deu conta também de carência de medicamentos no hospital, que afeta diretamente o serviço da pediatria. “Como sabe, a maioria da população não tem condições de comprar medicamentos para os seus filhos”, afirmou, lembrando que havia o Programa Integrado para a Redução da Mortalidade Materna (PIMI) que colocava remédios nos hospitais, cuja missão terminou há mais de nove meses, agravando, desta forma, à situação.

Maternidade

O enfermeiro-chefe do hospital informou que o grande obstáculo que se verifica no serviço da Maternidade do Hospital de Bafatá tem a ver com a insuficiência de recursos humanos.

De acordo com esse técnico, a chegada tardia das grávidas constitui outro caso preocupante na Maternidade, pois ficam em casa até a um ponto crítico para se deslocarem às estruturas sanitárias. Por isso, apelou às mulheres a mudarem esse comportamento para o bem das ambas partes (hospital e pacientes), na medida em que todos os profissionais desejam um parto normal para as suas pacientes.

Diz que, atualmente, não há kits de cesária no centro, obrigando aos familiares da grávida a comprar tais materiais. Há ainda falta de concentradores de oxigénio, à imagem do que  acontece em todos os serviços.

Ibraima Sori Baldé

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