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ONG Palmeirinha focada na resolução de problemas das comunidades rurais

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A ONG Palmeirinha tem como principal foco a identificação e resolução de problemas das comunidades rurais e, neste momento,executa um projeto de plantação de mangais num total de 300 hectares até 2025.

Igualmente, apoia a formação de professores e jornalistas em matéria de comunicação e educação ambiental, capacita comunidades em técnicas de extração de sal e exploração de mel de abelha, tudo isso na perspetiva de proteção do meio ambiente.

Em entrevista ao Nô Pintcha, o diretor executivo da organização, Nicolau Mendes, declarou que a missão principal da Palmeirinha é reforçar a consciência do homem sobre o ambiente, identificar os problemas das comunidades e junto delas procurar soluções locais. Contudo, às vezes, a superação das dificuldades encontradas requer apoio financeiro dos parceiros, nomeadamente o Unicef, a UICN e outros.    

Por outro lado, informou que a organização está a executar, desde 2023, um projeto sub-regional que envolve Guiné-Bissau, Senegal e Guiné-Conacri, através do qual, prevê-se plantar tarrafes nas bolanhas abandonadas da Região de Tombali, numa área de 300 hectares.

Nicolau Mendes considerou de extrema importância a preservação do ecossistema do mangal, onde diversas espécies de peixe pousam para a reprodução. “Além de ser um sítio para a procriação marinha, o mangal tem também a função de reduzir ou evitar a erosão, bem como travar a velocidade do vento, que pode provocar dano das habitações dos seres humanos”.

Igualmente, informou que a sua organização está em todas as regiões do país, onde regularmente sensibiliza as comunidades sobre a Educação Ambiental (EA) no meio formal (escolas), com o objetivo de introduzi-la no currículo escolar, o que hoje é uma realidade a nível do ensino.

Lembrou que a Palmeirinha tem capacitado os professores para melhorar as suas abordagens pedagógicas, ligadas ao meio ambiente e, ainda, produz livros para as crianças e manuais pedagógico-ambientais para os docentes.

Tecnologias introduzidas

Nilocau Mendes revelou que a ONG Palmeirinha tem desenvolvido no sul do país, concretamente na Ilha de Nfanda, formação às comunidades na produção de sal, através de técnicas solares, com maior rendimento económico e sem grandes esforços físicos, anteriormente despendidos na extração desse produto indispensável à cozinha.

“Depois de transmissão de conhecimento de técnicas às populações da Ilha de Nfanda, elas aprenderam rapidamente e pouco menos de duas semanas posteriores conseguiram produzir cerca de duas toneladas de sal”, revelou.  

Para a proteção do meio ambiente e reduzir a pressão sobre o ecossistema marinho e florestal, Nicolau Mendes disse que a Palmeirinha introduziu ‘fogões melhorados’ como novas técnicas de cozinha com menor quantidade de energia lenhosa.

“Construir um ‘fogão melhorado’ não custa materiais difíceis ou que o país não dispõe. Basta ter formação nessa matéria, todo o material está disponível naturalmente no meio ambiente, nomeadamente arreia de bagabaga, palha de arroz e fezes de vacas”, explicou.

Outras atividades que essa ONG tem feito na zona sul do país, no setor de Catió, têm a ver com a formação das populações nas áreas de apicultura (exploração de mel de abelha) e extração de óleo de palma.  

“Depois de habilitarmos os jovens com técnicas apícolas, de seguida produzimos colmeias para o habitat das abelhas e demos aos interessados a trabalhar connosco. Antigamente, o explorador derrubava árvore e queimava quase todas as abelhas para conseguir retirar o produto, mas agora não, tem havido exploração de maior quantidade de mel, sem necessidade de matar os geradores desse produto”, declarou.

O ambientalista falou da utilidade da abelha para o ser humano. “As abelhas é que fecundam as plantas, ou seja, 80 por cento do processo de polinização, o que significa que sem elas (abelhas) o homem não teria frutas para alimentar-se”.

Apicultura rende seis milhões  

Nicolau Mendes detalhou sobre a importância de proteção da abelha, tendo em conta que, atualmente, um litro de mel custa cerca 3000 francos CFA. Citou a Associação de Jovens de São Domingos, a qual, segundo ele, só para a campanha apícola de 2024, produziu mais de dois mil litros de mel, o que significa que há uma previsão de arrecadar cerca de seis milhões de francos CFA.

A comunidade de Cablol Balanta beneficiou de um projeto de horticultura com respetivos materiais, nomeadamente painéis solares para suportar a instalação de motobombas para a irrigação dos pomares.

Ainda no Sul, em Yemberem, a Palmeirimha está a implementar, junto da comunidade local, um projeto de investigação científica para mitigar o conflito de interesse entre animais e comunidades, tendo em conta a proibição de abate das espécies de seres nas áreas protegidas.     

Para uma maior disseminação das suas atividades, o diretor executivo da Palmeirinha fez saber que a ONG trabalha em parceria com cerca de 30 rádios privadas e comunitárias.

Aliu Baldé

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